A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, anunciou hoje o envio à Turquia do seu adjunto e de um responsável do Pentágono para “minimizar” a crise diplomática provocada pelo reconhecimento numa comissão do Congresso norte-americano do genocídio arménio no início do século XX.
“Pensámos simplesmente que seria uma boa ideia enviar dois altos responsáveis” norte-americanos à Turquia, afirmou Rice, em Moscovo, onde se encontra em visita oficial. A decisão de Rice surge três dias depois de uma votação no Congresso ter reconhecido como genocídio o massacre de arménios entre 1915 e 1917 pelo Império otomano, ao qual a Turquia sucedeu em 1923. Estima-se que mais de 1,5 milhões de arménios morreram às mãos das tropas turcas, um número reduzido para 500 mil pela Turquia que recusa a utilização do termo genocídio, já reconhecido pela França, Canadá e Parlamento Europeu. O reconhecimento provocou a indignação do Presidente turco, Abdullah Gül, que o considerou “inaceitável”, e do Governo de Ancara que afirmou que o texto “colocará em perigo, num período muito sensível, uma parceria estratégica” entre os Estados Unidos e a Turquia. Rice indicou que ontem, numa conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros, o primeiro-ministro e o Presidente turcos, manifestou a sua desilusão pela votação do Congresso. Uma fonte diplomática que falou sob condição de anonimato à AFP avançou que Eric Edelman, subsecretário norte-americano da política de defesa e antigo embaixador em Ancara, e Dan Fried, subsecretário norte-americano dos assuntos europeus e euro-asiáticos, devem encontrar-se ainda hoje com o subsecretário de Estado turco dos Negócios Estrangeiros, Ertuğrul Apakan. "Edelman conhece bem a Turquia, é um amigo”, precisou a mesma fonte. Paralelamente, o ministro de Estado turco, Kürşad Tüzmen, cancelou uma visita que tinha para amanhã aos Estados Unidos, após a adopção do texto sobre o genocídio arménio, indicou a agência noticiosa Anatólia. Tüzmen, um influente membro do Governo responsável pelo comércio externo, deveria assistir, em Nova Iorque, a uma reunião organizada pelo conselho de assuntos turco-americanos. Este é o segundo responsável turco a anular uma visita aos Estados Unidos nos últimos dias, depois de um comandante da Marinha turca, o almirante Metin Ataç. No dia seguinte ao reconhecimento do genocídio arménio no Congresso norte-americano, a Turquia pediu ao seu embaixador em Washington, Nabi Şensoy, para regressar a Ancara. "Não estamos a retirar o nosso embaixador. Pedimos-lhe que viesse à Turquia para algumas consultas", disse na quinta-feira, em Ancara, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Levent Bilman.
“Pensámos simplesmente que seria uma boa ideia enviar dois altos responsáveis” norte-americanos à Turquia, afirmou Rice, em Moscovo, onde se encontra em visita oficial. A decisão de Rice surge três dias depois de uma votação no Congresso ter reconhecido como genocídio o massacre de arménios entre 1915 e 1917 pelo Império otomano, ao qual a Turquia sucedeu em 1923. Estima-se que mais de 1,5 milhões de arménios morreram às mãos das tropas turcas, um número reduzido para 500 mil pela Turquia que recusa a utilização do termo genocídio, já reconhecido pela França, Canadá e Parlamento Europeu. O reconhecimento provocou a indignação do Presidente turco, Abdullah Gül, que o considerou “inaceitável”, e do Governo de Ancara que afirmou que o texto “colocará em perigo, num período muito sensível, uma parceria estratégica” entre os Estados Unidos e a Turquia. Rice indicou que ontem, numa conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros, o primeiro-ministro e o Presidente turcos, manifestou a sua desilusão pela votação do Congresso. Uma fonte diplomática que falou sob condição de anonimato à AFP avançou que Eric Edelman, subsecretário norte-americano da política de defesa e antigo embaixador em Ancara, e Dan Fried, subsecretário norte-americano dos assuntos europeus e euro-asiáticos, devem encontrar-se ainda hoje com o subsecretário de Estado turco dos Negócios Estrangeiros, Ertuğrul Apakan. "Edelman conhece bem a Turquia, é um amigo”, precisou a mesma fonte. Paralelamente, o ministro de Estado turco, Kürşad Tüzmen, cancelou uma visita que tinha para amanhã aos Estados Unidos, após a adopção do texto sobre o genocídio arménio, indicou a agência noticiosa Anatólia. Tüzmen, um influente membro do Governo responsável pelo comércio externo, deveria assistir, em Nova Iorque, a uma reunião organizada pelo conselho de assuntos turco-americanos. Este é o segundo responsável turco a anular uma visita aos Estados Unidos nos últimos dias, depois de um comandante da Marinha turca, o almirante Metin Ataç. No dia seguinte ao reconhecimento do genocídio arménio no Congresso norte-americano, a Turquia pediu ao seu embaixador em Washington, Nabi Şensoy, para regressar a Ancara. "Não estamos a retirar o nosso embaixador. Pedimos-lhe que viesse à Turquia para algumas consultas", disse na quinta-feira, em Ancara, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Levent Bilman.
(Fonte: Público)
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