09 maio 2007

Foi concluída oficialmente a eleição presidencial pelo Parlamento

O processo de eleição do presidente da Turquia por parte do Parlamento chegou hoje ao fim, dia em que o único candidato, o ministro dos Negócios Estrangeiros Abdullah Gül, notificou oficialmente a retirada da sua candidatura, após a sua eleição ter fracassado duas vezes.
Gül, número dois do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, de tendência islâmica, no poder), entregou à presidência do Parlamento uma carta a confirmar a sua retirada, que já havia sido anunciada no passado Domingo, dia da repetição da primeira voltas das eleições presidenciais. O segundo turno da votação, previsto para hoje, foi cancelado.
A retirada de Gül encerra um complicado processo eleitoral iniciado a 27 de abril, que provocou uma crise política e levou o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan a convocar eleições antecipadas para 22 de julho.
A perspectiva de um muçulmano moderado como Gül, cuja esposa usa o véu islâmico, chegar à presidência deste país muçulmano fundado sobre os princípios de um Estado laico, desencadeou muitos protestos do sector secular, incluindo o Exército, que ameaçou intervir para defender o legado de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da República em 1923, sobre as ruínas do império otomano.
Incapaz de eleger o novo presidente no Parlamento, o AKP propôs uma reforma constitucional que prevê a eleição do chefe de Estado por voto universal. A reforma foi aprovada numa primeira volta, na terça-feira, no Parlamento e deve ser submetida à segunda e última votação na quinta-feira. Caso seja aprovado definitivamente, o projecto deverá ser remetido ao presidente Ahmet Necdet Sezer, que, segundo os analistas, deverá vetar as propostas.

(Fonte: AFP)

Sem comentários: