22 agosto 2007

Jorge Sampaio: "Fechar a porta à Turquia é um desastre"


Entrevista a Jorge Sampaio in Diário Económico

A Turquia é um dos países patrocinadores da Aliança das Civilizações e também um candidato à UE. Como interpreta as posições da União sobre a Turquia? Há sinais contraditórios.

A Turquia preocupa-me muito. Estive lá no início de Julho. As negociações de adesão têm de continuar porque é crucial para o desenvolvimento da Turquia. A capacidade reformista interna está associada à expectativa de entrada na UE.
Mas a Europa está dividida.

Quando regressei da Turquia, escrevi uma carta a todos os chefes de Estado e de Governo da UE. Pedi-lhes para não se fechar a porta, por razões estratégicas, e no fundo de “aliança de civilizações”, mas também por causa da nossa credibilidade. É um desastre se fecharem a porta! Temos de ser capazes de demonstrar que sabemos conviver com muçulmanos, tanto mais que vivem no nosso seio minorias significativas. Há um enorme esforço reformista na Turquia, somos parceiros na NATO e no Conselho da Europa, e não podemos defraudar as expectativas. Se os sinais contraditórios continuarem, os reformistas perdem força e os que estão a favor da UE (uma maioria vastíssima) começam a diminuir. A negociação, que levará sempre muito tempo, é a possibilidade de pôr de pé um islamismo moderado num país com tradições seculares.

Como vê a posição recente da França?

Vamos ver. O facto de se ter dado continuidade ao processo negocial de adesão da Turquia à União Europeia é como uma ponte que se manteve aberta. O perigo que existia era o de paragem do processo negocial, o que seria um desastre.

(Pode ler a totalidade da entrevista aqui)

Sem comentários: