21 dezembro 2014

Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condena o tratamento dos Alevitas na Turquia

Num acórdão proferido a 2 de Dezembro de 2014, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou a Turquia por ter recusado ao culto Alevita os benefícios concedidos a outras religiões.
Muito embora seguida por 15 a 20 milhões de turcos, o Estado turco não considera o Alevismo como uma religião.
Os Alevitas são muçulmanos xiitas (Alevita significa "discípulo de Ali"), defensores de uma exegese profunda do Alcorão, e, da sua adaptação a todos os lugares e a todas as épocas. Não vão às mesquitas, mas praticam o ritual do semah (o dos "dervixes rodopiantes"). Crentes numa estrita igualdade entre homens e mulheres, promoveram o laicismo na Turquia embora continuem, ainda, sem beneficiar disso.
Desde o século XVI, o Estado, otomano ou o turco, reprime ou ostraciza os Alevitas. O último massacre teve lugar em 1993 (aquando do festival cultural de Sivas). Até à data, continua a não haver qualquer alto funcionário Alevita, apesar desta comunidade ser particularmente brilhante.
A 16 de Novembro de 2014, ao anúncio da sentença do Tribunal Europeu, o primeiro- ministro, Ahmet Davutoglu, anunciou querer resolver o problema Alevita. No entanto, o discurso do Presidente Recep Tayyip Erdoğan mantêm-se sempre marcado por desprezo em relação a eles. Por seu lado, o CHP, o partido de oposição, apresentou uma proposta de lei para tratar da questão. Ela prevê o reconhecimento dos locais de culto Alevitas, a retirada da menção da religião no bilhete de identidade, a revogação dos cursos de cultura religiosa, a adopção de um dia feriado para a grande festa Alevita, Ghadir Khumm, e a transformação do hotel Madimak (local do massacre de 1993) em museu.
 
(Fonte: Rede Voltaire)

19 dezembro 2014

Turquia pede prisão para o imã rival de Erdoğan

O Ministério Público turco pediu mandado de prisão para o imã Fethullah Gülen, que se tornou o arqui-rival do Presidente Recep Tayyip Erdoğan, e vive nos Estados Unidos desde 1998. Gülen, de 73 anos, é acusado de ser o líder de “uma organização criminosa, que se estrutura nos media, na economia e na burocracia, violando a leis e os regulamentos”.
Este é o passo mais ousado na ofensiva de Erdoğan lançada nos últimos dias contra sectores dos media ligados a Gülen, defensor da modernização do islão, que construiu a sua influência graças a uma rede de escolas e universidades que formaram boa parte da moderna elite turca e tem um especial peso na justiça e na polícia.
A 14 de Dezembro foram presos o director de um important
e jornal diário ligado a Gülen, o Zaman, e o director do grupo de televisão Samanyolu, bem como outras figuras ligada aos media, criticadas pela União Europeia.
Mas nesta semana foram também anulados processos por corrupção iniciados em Dezembro do ano passado contra 53 pessoas, que chegaram a membros do Governo e figuras importantes da administração de Erdoğan. O dinheiro apreendido na casa do filho do ex-ministro do Interior Muammer Güler (cerca de 300 mil euros) e 1,5 milhões de euros descobertos dentro de caixas de sapatos na casa de Süleyman Aslan, ex-director geral do banco Halkbank, confiscados na altura, vão ser-lhes devolvidos – e com pagamento de juros, noticia o jornal turco Hürriyet, na sua edição online em inglês.
Estes processos foram considerados a grande ofensiva dos sectores que apoiam Gülen contra Erdoğan. Agora, está-se a assistir à resposta de Erdoğan, que acusa o ex-aliado de conspirar para o derrubar.
Mas colocar a disputa no plano internacional não será o mais benéfico para Erdoğan. As relações da Turquia com os Estados Unidos, que teriam de extraditar Gülen, já não são as melhores, tanto pelo discurso nacionalista do agora Presidente turco como pelas posições turcas sobre a guerra na Síria, nem sempre as mais satisfatórias para os EUA.
 
(Fonte: Público)   

Tribunal liberta editor de jornal com a mira apontada a Gülen

A Turquia prepara-se para pedir aos Estados Unidos a extradição do clérigo islamita e opositor do governo, Fethullah Gülen, sob acusação de alegada associação terrorista. Um tribunal anunciou esta sexta-feira ter aceitado o pedido do Procurador-Geral de Istambul para emitir um mandato de captura contra o clérigo islamita que reside nos Estados Unidos há mais de 15 anos.
Esse mandato, ao abrigo de um acordo geral neste sentido assinado entre os dois países, deverá conduzir ao pedido de Ancara a Washington para a extradição de Gülen, um antigo aliado do actual Presidente turco e actual opositor ao regime em vigor na Turquia.
O clérigo islamita é um dos responsáveis do grupo de comunicação Samanyolu, do qual fazem parte o jornal diário Zaman e a estação de televisão STV, que terão dado eco de uma reportagem e várias notícias, em 2013, sobre um caso de corrupção ao mais alto nível na Turquia e que motivou a queda de quatro ministros do executivo do então ainda primeiro-ministro Erdoğan.
O Governo de Ancara terá alegado provas de acusação contra várias pessoas ligadas a este grupo de comunicação, por alegada associação a grupo terrorista. Isso levou à prisão de quase 30 pessoas, entre elas o editor chefe do Zaman e o director executivo da STV.
Com muitos apoiantes da oposição a Erdoğan em protesto junto ao Palácio da Justiça de Istambul, o editor do jornal, Ekrem Dumanli, embora não absolvido, foi libertado esta sexta-feira ao lado de sete polícias suspeitos de corrupção. O jornalista vai aguardar julgamento em liberdade.
“Nós fomos interrogados pelo Procurador durante toda a noite. No final, perguntei-lhe se o motivo do tratamento a que fomos expostos por vários dias eram aqueles dois artigos e uma reportagem? Ele disse que ‘sim’, relatou Dumanli, ao microfone, perante a multidão de manifestantes, que apupou a alegada resposta do Procurador.
Menos sorte teve o director executivo da televisão. Hidayet Karaca vai aguardar julgamento atrás das grades e não calou a sua revolta, gritando repetidamente para as câmaras de televisão que “a imprensa livre não pode ser silenciada.”
Estados Unidos e União Europeia já revelaram desconfiança das acusações do Governo turco contra estes meios de comunicação e apelou a Ancara para não colocar pressão sobre a liberdade de imprensa.
 
(Fonte: Euronews)

18 dezembro 2014

Turkish Airlines reforça a operação em Portugal em 2015

A companhia aérea turca Turkish Airlines vai reforçar a operação em Portugal a partir da próxima Primavera, com a inauguração da rota entre o Porto e Istambul e o reforço da rota entre Lisboa e aquela mesma cidade turca.
A rota entre o Porto e Istambul, com três voos semanais, vai ser inaugurada no final de Abril e os voos entre a cidade turca e a capital portuguesa vão ser reforçados a partir do final de Março.
Nessa altura, a Turkish Airlines vai passar a disponibilizar 13 voos semanais, em vez dos 10 actuais, entre Lisboa e Istambul. No final de Abril, "ainda será adicionado mais um voo, num total de 14 voos por semana, entre as duas cidades.
 
(Fonte: Dinheiro Digital com Lusa)