28 fevereiro 2014

Libertados os últimos suspeitos-chave de corrupção governamental na Turquia

Cinco pessoas, entre as quais os filhos de dois ex-ministros turcos e um empresário azeri, foram libertados esta tarde na Turquia e vão aguardar julgamento em liberdade. Tinham sido presos em Dezembro no âmbito de uma operação anti-corrupção que abalou o Governo de Tayyip Erdoğan forçando a demissão de dois ministros.

A libertação surge dias depois do Presidente Gül ter promulgado nova legislação que dá ao Governo maior controlo sobre o sistema judicial, incluindo a nomeação de juízes e procuradores. Os procuradores responsáveis pela investigação à corrupção foram substituídos nos últimos dias, o que relança rumores de um branqueamento dos suspeitos.
O primeiro-ministro Tayyip Erdoğan defende que a investigação não passa de uma conspiração para desacreditar o seu Governo e lançar o caos na Turquia a um mês de eleições locais. Acusa os seus antigos aliados, apoiantes do líder muçulmano exilado Fethullah Gülen, de estarem por trás de tudo. Esta semana foi divulgada a gravação áudio de uma conversa em que o próprio Erdoğan ordena ao filho, Bilal, que faça "desaparecer" 30 milhões de euros, no mesmo dia 17 de Dezembro em que decorreu a operação policial anti-corrupção. O primeiro-ministro diz que a gravação é uma montagem.
Barış Güler, filho do anterior ministro do Interior, e Kaan Çağlayan, filho do ex-ministro da Economia, foram ambos acusados de servir de intermediários para distribuir e exigir subornos. Os seus pais demitiram-se após a detenção, o que obrigou Erdoğan a remodelar o Governo.
O empresário azeri, Reza Zarrab, é suspeito de criar uma rede interna nos serviços oficiais para esconder a venda ilegal de ouro para o Irão através do banco estatal Halkbank.
Os cinco hoje libertados eram os últimos de 18 suspeitos presos em Dezembro ainda detidos. Há duas semanas, o ex-director executivo do Halkbank, Süleyman Arslan, tinha já sido libertado. Arslan é acusado de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro ligada à venda ilegal de ouro para o Irão.
A televisão privada NTV diz que os suspeitos foram libertados porque "todas as provas necessárias já tinham sido recolhidas."
 
(Fonte: RTP)

11 fevereiro 2014

Governo turco afasta 166 procuradores e juízes

O Governo turco afastou, esta terça-feira, 166 procuradores e juízes, numa nova purga nos meios judiciais em resposta a um inquérito sobre corrupção que envolve diversos empresários e políticos com ligações ao poder, referiram os média locais.
De acordo com a edição na internet do diário "Hurriyet", entre os visados incluem-se destacados procuradores da capital Ancara, de Istambul e de Esmirna.
Desde o início do escândalo, divulgado em meados de Dezembro, o Governo islamita conservador do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan já despediu milhares de polícias (seis mil segundo as estimativas de diversos média), para além de procuradores, juízes e advogados envolvidos nas investigações sobre alegadas operações de lavagem de dinheiro, contrabando de ouro e corrupção.
Ainda segundo as informações divulgadas, 85 oficiais da polícia de Istambul foram afastados esta semana das suas funções.
Erdoğan, também líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder desde 2002), tem acusado os apoiantes do exilado e influente predicador turco Fethullah Gülen, de desencadearem as investigações no âmbito de uma tentativa de "golpe" contra o seu Governo num ano de eleições decisivas, com municipais em Março e presidenciais em Agosto.
Estes afastamentos, acompanhados pela aprovação de legislação que reforça o controlo do Governo dos conteúdos da internet, estão a originar reacções no país e no estrangeiro sobre o estado da democracia no país.
O primeiro-ministro turco rejeitou também hoje as fortes críticas à nova legislação que reforça o controlo da internet, e assegurou que se destina prioritariamente à "ciber-intimidação" dos seus adversários políticos.
Erdoğan justificou as alterações à lei de 2007 sobre a internet pela necessidade de combater a "chantagem" exercida pelos seus rivais na rede.
O parlamento turco votou na semana passada uma série de medidas que concedem à autoridade governamental das telecomunicações (TIB) a possibilidade de bloquear uma página da Internet sem decisão judicial, caso "atente contra a vida privada" ou publique "conteúdos discriminatórios face a determinados membros da sociedade".
 
(Fonte: Jornal de Notícias)

07 fevereiro 2014

Jornalista expulso por criticar Governo

A Turquia expulsou esta sexta-feira um jornalista estrangeiro do diário “Zaman”, próximo da confraria do predicador muçulmano Fethullah Gülen, acusado de ter criticado o Governo na rede social Twitter, informou o jornal.
A expulsão de Mahir Zeylanov, cidadão do Azerbaijão, ocorreu após a aprovação pelo Parlamento turco, na noite de quarta-feira, de um conjunto de alterações legislativas que reforçam o controlo do Estado sobre a Internet e que foram consideradas como um atentado à liberdade de informação por numerosas ONG, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos.
Segundo o “Zaman”, Zeylanov foi colocado numa lista de cidadãos estrangeiros considerados indesejáveis por Ancara devido à "difusão de 'tweets' dirigidos a altos funcionários do Estado", e na sequência de uma lei que autoriza a expulsão "daqueles cuja permanência na Turquia seja prejudicial à segurança pública e às exigências políticas e administrativas".
(Fonte: Renascença)