31 maio 2013

Confrontos na Turquia podem marcar o "Verão do descontentamento"


As três maiores cidades turcas foram nesta sexta-feira palco de manifestações contra o Governo de Recep Tayyip Erdoğan, depois de a polícia anti-motim ter dispersado milhares de pessoas que protestavam em Istambul contra os planos de remodelação do Parque Gezi, na emblemática Praça Taksim.
A causa directa do dia de confrontos violentos entre a polícia e manifestantes em Istambul, Ancara e İzmir foi o protesto na Praça Taksim, mas o alvo é o Governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento.
"Isto já não é só por causa de árvores, é sobre a pressão exercida por este Governo. Estamos fartos, não gostamos da direcção que este país está a tomar", disse à Reuters Mert Burge, um estudante de 18 anos. "Vamos ficar aqui durante a noite, mesmo que tenhamos de dormir no chão", garantiu. A remodelação da Praça Taksim, projectada pelo Governo, implica, de acordo com a oposição, a destruição de um dos poucos espaços verdes da cidade.
Koray Çalişkan, cientista político na Universidade do Bósforo, fala mesmo no "início de um Verão do descontentamento". "Não temos um Governo, temos [o primeiro-ministro] Tayyip Erdoğan. Até mesmo os apoiantes do AKP [Partido da Justiça e do Desenvolvimento, no poder] dizem que eles perderam a cabeça, que não estão a ouvir-nos", queixou-se.
A fúria é dirigida contra Erdoğan e o seu partido islâmico, que tem aprovado medidas vistas pelos sectores mais moderados como verdadeiros atentados à liberdade.
Na sexta-feira passada, a oposição turca acusou o partido no poder de violar as liberdades individuais ao aprovar, no Parlamento, uma lei que limita o consumo de álcool, a sua venda e a publicidade a bebida alcoólicas. O documento foi votado na noite de quinta-feira da semana passada, depois de um debate aceso mas muito rápido. A lei foi aprovada em nome da saúde dos cidadãos, mas a oposição argumentou que os motivos são religiosos. A lei determina que a venda de álcool é proibida entre as 22 horas e as 6 horas e proíbe a venda nos arredores de escolas e mesquitas.
A Turquia é um país de maioria islâmica mas considerado moderado. Esta lei sobre o álcool é vista pela oposição como um sinal de que essa moderação pode começar a esbater-se e que o Governo e a maioria no Parlamento estão dispostos a "islamizar" a sociedade turca.
Para este fim-de-semana estão programados também "protestos de beijos" em Istambul e Ancara, depois de a polícia ter repreendido um casal que se beijava em público, há uma semana.

"Uso excessivo da força"

Nesta sexta-feira, o que começou por ser um protesto contra a remodelação na Praça Taksim, em Istambul, degenerou em violência e pedidos de demissão do Governo quando a polícia carregou sobre os manifestantes, que acampavam no espaço desde terça-feira.
Também em Ancara, milhares de pessoas pediram a demissão de Erdoğan e do seu partido, depois de a polícia ter dispersado um grupo de opositores que tentavam entrar na sede do Partido da Justiça e do Desenvolvimento.
Uma mulher de nacionalidade turca, mas de origem palestiniana, ficou ferida com gravidade e foi operada devido a uma hemorragia cerebral. Ao todo, 12 pessoas ficaram feridas, entre as quais um deputado pró-curdo e um fotógrafo da agência Reuters.
A Amnistia Internacional mostrou-se preocupada com o que considera ser o "uso excessivo da força" pela polícia, em resposta a um "protesto que começou por ser pacífico". O ministro do Interior, Muammer Güler, prometeu investigar a actuação da polícia.
Nos dez anos que leva no poder, Recep Tayyip Erdoğan conseguiu fomentar o desenvolvimento económico, o que ainda lhe vale o estatuto de político mais popular na Turquia. Mas nos últimos anos, centenas de oficiais militares têm sido detidos sob a acusação de estarem a preparar um golpe de Estado, tal como muitos académicos, jornalistas e políticos.

(Fonte: Público)

17 maio 2013

Moody’s sobe nota soberana da Turquia

A Moody’s subiu a nota soberana da Turquia para a categoria de investimento. A agência de notação subiu a nota um escalão para “Baa3”, com perspetiva estável. Para Ancara trata-se de um sinal de confiança após uma década de reformas económicas.
Em reacção, as taxas da dívida caíram para mínimos históricos. Para isso contribuiu também o corte nas taxas de juro anunciado pouco antes pelo Banco Central do país.
A Moody’s justifica a decisão com a forte queda da dívida nos últimos anos e a perspectiva de melhoria no futuro, numa altura em que a economia turca é uma das mais dinâmicas na Europa.
A Fitch Ratings já tinha subido a nota turca em Novembro. A Standar&Poors mantém o país na categoria especulativa.
 
(Fonte: Euronews)

16 maio 2013

Turquia pede aos EUA e à Europa que recebam refugiados sírios

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdoğan, admitiu pela primeira vez que não consegue suportar os gastos com os 400 mil refugiados sírios que estão no seu país. No encontro desta quarta-feira com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai pedir ajuda económica e também que a América e a Europa recebam parte da avalanche humana que foge à guerra civil — oito mil pessoas por dia, segundo dados das Nações Unidas.
Os dois líderes reúnem-se em Washington no âmbito da ronda de encontros que estão a anteceder a conferência sobre a Síria que os EUA e a Rússia marcaram para o início de Junho em Genebra, na Suíça. A movimentação diplomática tem sido intensa — com Obama a receber o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na terça-feira, dia em que o chefe do Governo israelita esteve em Moscovo — e tem como objectivo chegar a Genebra com a posição concertada de que só as negociações porão fim à guerra síria, que entra no seu terceiro ano, e levar as duas partes em conflito a declararem o cessar-fogo e a aceitarem o diálogo.
A guerra civil síria eclodiu pouco depois das manifestações pró-democracia de Março de 2011. O regime do Presidente Bashar al-Assad reprimiu os protestos e a violência instalou-se, travando-se uma guerra civil que já matou pelo menos 80 mil pessoas. O número foi actualizado na terça-feira pela ONU. Em Janeiro o número estava em 60 mil. Os combates e a escalada da ferocidade desta guerra provocaram o êxodo de 1,3 milhão de pessoas, e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, dirigido por António Guterres, estima que a meio do ano se chegue ao 1,5 milhões de refugiados. Alguns, poucos, optaram por abandonar o Médio Oriente — o Brasil registou a entrada de 137 sírios que fugiram à guerra. A maioria está instalada em campos de refugiados na Jordânia, no Líbano e na Turquia, estando neste país 400 mil pessoas. Prevê-se, porém, que, se a guerra prosseguir, antes do fim do ano a Turquia tenha um milhão de sírios dentro das suas fronteiras. "Temos uma tarefa maior do que imaginávamos. Infelizmente, os nossos programas ainda estão subfinanciados", disse Guterres em Abril numa cerimónia em que recebeu uma inédita contribuição de 110 milhões de dólares do Kuwait para os refugiados sírios. "Com esta contribuição podemos respirar e mudar substancialmente a situação", disse Guterres. "A comunidade internacional não deve apenas ajudar a pagar a conta, os países devem abrir as portas a estes refugiados", disse Levent Gumrukcu, um dos porta-vozes do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco. "Neste sentido, falharam na resposta efectiva [a esta crise humanitária]."
Washington já entregou ajuda no valor de 44 milhões de dólares (34 milhões de euros) a organizações humanitárias que auxiliam os refugiados sírios só na Turquia. A sua contribuição total para os refugiados nos diversos países foi de 150 milhões de dólares (116 milhões de euros). Uma fonte do Departamento de Estado (equivalente a um ministério dos negócios estrangeiros) disse ao jornal The Washington Post que não houve, até agora, um pedido formal da Turquia ou das Nações Unidas para os EUA receberem refugiados sírios. Se esse pedido surgir, disse a mesma fonte, o país estará "pronto para o ter em conta", mas a posição de momento é a de que a maior parte dos refugiados esperam a possibilidade de regressar a casa, preferindo essa opção a viajar para um país distante.
 
(Fonte: Público)

09 maio 2013

Presidente da República condecorou Embaixador Kaya Türkmen

O Presidente da República agraciou, com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, o antigo Representante Diplomático da Turquia em Portugal, Embaixador Kaya Türkmen.

(Fonte: Presidência)

07 maio 2013

Cavaco Silva desafia empresas portuguesas a estarem atentas às oportunidades da economia turca

O Presidente da República desafiou hoje as empresas portuguesas a estarem atentas às oportunidades que propiciam as perspectivas "muito positivas" da economia turca, considerando que as parcerias entre empresas dos dois países podem ser particularmente valiosas. "É uma 'ponte cultural', mas também uma 'ponte política económica' entre dois continentes.
Incontornável plataforma comercial de mercadorias e hidrocarbonetos, a Turquia é um país de enorme importância geoestratégica, de grande vitalidade, com uma economia pujante à escala global", afirmou o chefe de Estado, numa intervenção no encerramento do Fórum Empresarial Portugal-Turquia, que decorreu num hotel em Lisboa e contou também com a presença do Presidente turco. Destacando a "trajetória de crescimento muitíssimo expressiva" da economia turca desde 2002, apenas brevemente interrompida pela crise mundial de 2008-2009, Cavaco Silva classificou as perspetivas de médio e longo prazo para a economia turca como "muito positivas".
 
(Fonte: Visão)

06 maio 2013

Cavaco Silva renova votos para adesão da Turquia à UE

O Presidente da República renovou hoje os votos para a adesão da Turquia à União Europeia, apesar do "tempo difícil e exigente" que a Europa vive e que obriga a "mais e melhor" para promover o crescimento económico. "A entrada da Turquia na União Europeia - que, como é sabido, Portugal sempre defendeu - enriquecerá a Europa com a sabedoria milenar de um povo com uma longa História, mas será também um elemento essencial para aprofundar o caminho de modernização, de democratização e de desenvolvimento que vem sendo trilhado nos últimos anos", defendeu o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, no banquete que ofereceu esta noite em honra do seu homólogo turco, Abdullah Gül, que iniciou hoje uma visita de Estado a Portugal. Contudo, reconheceu, Portugal e a Europa vivem "um tempo difícil e exigente", com a crise financeira na zona euro a expor "fragilidades e desequilíbrios estruturais nas economias de vários estados-membros" e mostrando "a dificuldade das instituições europeias em responder adequada e atempadamente a uma situação sem precedentes".
 
(Fonte: Expresso)

Cavaco Silva: Visita de Abdullah Gül “será um marco nas relações entre Portugal e Turquia”

 
 
O Presidente da República assinala que há ainda um “enorme potencial por explorar” nas relações entre os dois países.
 
Cavaco Silva congratulou-se esta segunda-feira com a visita do Presidente da Turquia a Portugal, que servirá para “aprofundar as relações económicas” entre os dois países, destacando que neste âmbito “existe um enorme potencial ainda por explorar”.
Dezenas de empresários, dois ministros e oito deputados dos quatro partidos representados no Parlamento integram a comitiva do Presidente turco, Abdullah Gül, que inicia esta segunda-feira uma visita oficial de três dias a Portugal centrada na cooperação económica.
 “Ficamos satisfeitos por [o Presidente turco] vir a Portugal acompanhado por uma enorme delegação empresarial”, afirmou Cavaco Silva na conferência conjunta com o seu homólogo.
 O Presidente da República destacou que esta visita vai permitir o “reforço das relações económicas e comerciais entre os dois países” e “será um marco nas relações entre Portugal e Turquia”.
 Abdullah Gül, na mesma conferência, destacou as “excelentes relações em todos os níveis” entre os dois países, considerando que “podemos trabalhar em conjunto em várias áreas”, e o país está muito satisfeito com o investimento português já existente na Turquia.
 Além da importante delegação empresarial turca, com cerca de 70 representantes, o chefe da diplomacia de Ancara, Ahmet Davutoğlu, e o ministro da Cultura também integram a comitiva presidencial.
 Os empresários turcos deverão participar num encontro que será encerrado por Abdullah Gül e por Cavaco Silva. Os Presidentes turco e português vão encerrar o Encontro Empresarial Portugal-Turquia, no qual serão abordadas oportunidades de negócios e estratégias para o reforço da cooperação empresarial entre os dois países.
 
(Fonte: Jornal de Negócios)

Presidente turco agradece apoio português e pede "reciprocidade"

Abdullah Gül cumpre uma visita de dois dias a Portugal. Agradeceu o apoio de Passos Coelho à adesão da Turquia à UE e apelou para que entrada de turcos no país deixe de precisar de visto.

O Presidente da Turquia, Abdullah Gül, agradeceu hoje o apoio de Portugal às negociações de adesão à União Europeia e sublinhou que é "fundamental que o processo prossiga o seu curso".
O chefe de Estado turco falava no final de um encontro, em Lisboa, com o primeiro-ministro português, que por sua vez sublinhou a "clara posição de apoio" do nosso país à adesão da Turquia aos 27. "As negociações prolongam-se há demasiado tempo", frisou Passos Coelho, acrescentando esperar que a próxima visita do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, a Ancara dê um "novo 'élan' às negociações". O Presidente turco esteve também com o Presidente da República. No centro deste encontro com Cavaco Silva esteve o reforço das relações bilaterais, em particular na área económica. No final, Abdullah Gül defendeu a existência de "reciprocidade" para os cidadãos turcos na entrada em Portugal, e na circulação no espaço europeu. Desde o início de Março que os cidadãos portugueses podem entrar na Turquia apenas com o bilhete de identidade, apesar de ainda terem de pagar um visto de 15 euros, mas os Turcos estão submetidos ao visto aplicado no espaço Schengen, em vigor maioria dos países da União Europeia, incluindo Portugal. A questão da circulação de cidadãos turcos na Europa faz parte do atual "processo de diálogo", que a Turquia considera de particular importância, sobre a abolição total de vistos e liberdade de movimentos dos cidadãos turcos no espaço da União Europeia.
Abdullah Gül iniciou hoje uma visita oficial de dois dias a Portugal, acompanhado por uma importante delegação empresarial, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Cultura e Turismo e ainda oito deputados dos quatro partidos com assento no Parlamento de Ancara. Esta tarde, o Presidente turco tem ainda agendado um encontro com a presidente da Assembleia da República e fará uma visita à Câmara Municipal de Lisboa.
 
(Fonte: Expresso)

Presidente turco quer simplificação de entrada de cidadãos da Turquia em Portugal



O Presidente da Turquia, Abdullah Gül, defendeu esta segunda-feira em Lisboa, após um encontro com o homólogo português, Aníbal Cavaco Silva, que deverá haver “reciprocidade” para os cidadãos turcos na entrada em Portugal, e na circulação no espaço europeu.
Desde o início de Março que os cidadãos portugueses podem entrar na Turquia apenas com o bilhete de identidade, apesar de ainda terem de pagar um visto de 15 euros, mas os Turcos ainda estão submetidos ao visto aplicado no espaço Schengen, em vigor maioria dos países da União Europeia (UE), incluindo Portugal.
A questão da circulação de cidadãos turcos na Europa faz parte do actual “processo de diálogo”, que a Turquia considera de particular importância, sobre a abolição total de vistos e liberdade de movimentos dos cidadãos turcos no espaço da UE.
A Turquia iniciou em 2005 negociações oficiais com Bruxelas sobre a adesão à UE, mas a maioria dos capítulos permanece bloqueada, em particular devido o contencioso em torno da ilha dividida de Chipre ou às reservas de diversos Estados-membros.
Abdullah Gül iniciou esta segunda-feira uma visita oficial de dois dias a Portugal, acompanhado por uma delegação empresarial, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Cultura e Turismo e ainda oito deputados dos quatro partidos com assento no Parlamento de Ancara. O reforço das relações bilaterais, em particular na área económica, esteve no centro do encontro com Cavaco Silva.
“O nosso volume de transações comerciais é de cerca de mil milhões de dólares [762 milhões de euros] e existem várias áreas em que podemos trabalhar em conjunto”, referiu Abdullah Gül em declarações no final da reunião, que se prolongou por cerca de 40 minutos.
“Temos muitas oportunidades de investimento na Turquia e acreditamos que as empresas portuguesas podem beneficiar. Já estamos muito satisfeitos com o investimento português já existente na Turquia em vários sectores, incluindo na energia, e apoiamos estas actividades comerciais”, adiantou. Abdullah Gül recordou ainda que empresários dos dois países possuem um “imenso campo de trabalho” na região do Cáucaso e Médio Oriente.
Ao reconhecer a “grave crise económica” que a União Europeia enfrenta, o líder turco reafirmou o desejo de que Portugal “esteja prestes a emergir da crise em breve” e sublinhou a importância do Fórum empresarial Turquia-Portugal, que decorre terça-feira em Lisboa.

Passos reafirma apoio à adesão da Turquia à UE

Abdullah Gül esteve ainda reunido com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Os dois governantes destacaram as relações bilaterais e o “potencial a desenvolver” a nível comercial e económico entre Portugal e a Turquia.
O primeiro-ministro sublinhou depois que Portugal “tem uma posição clara de apoio” à adesão da Turquia aos 27. “As negociações prolongam-se há demasiado tempo”, frisou Passos Coelho, acrescentando esperar que a próxima visita do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, a Ancara dê um “novo ‘élan’ às negociações”.
No final do encontro e antes das declarações à imprensa portuguesa e turca, foram assinados quatro instrumentos de cooperação bilateral: militar, diplomático, e nos domínios da educação, ciência e cultura.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros português e turco, Paulo Portas e Ahmet Davutoğlu, respectivamente, assinaram também a declaração de constituição da comissão conjunta económica e de comércio para desenvolver e intensificar as relações económicas entre os dois países.
Na tarde desta segunda-feira, o Presidente turco tem ainda agendado um encontro com a presidente da Assembleia da República e fará uma visita à Câmara de Lisboa.
Na terça-feira, os presidentes turco e português vão encerrar o Encontro Empresarial Portugal-Turquia, no qual serão abordadas oportunidades de negócios e estratégias para o reforço da cooperação empresarial entre os dois países.

(Fonte: Público)

Presidente turco inicia hoje visita oficial de três dias a Portugal

Abdullah Gül tem em agenda para hoje encontros com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Para além da importante delegação empresarial turca, com cerca de 70 representantes, o chefe da diplomacia de Ancara, Ahmet Davutoğlu, e o ministro da Cultura também integram a comitiva presidencial.
Os empresários turcos deverão participar num encontro que será encerrado por Abdullah Gül e por Cavaco Silva.
De acordo com uma nota divulgada pela Presidência da República, o programa da visita de Estado, que se efectua a convite do Presidente da República português, inicia-se esta manhã com a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís Vaz de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos, seguindo-se as reuniões com Cavaco Silva e com Passos Coelho.
À tarde, o Presidente turco tem ainda agendado um encontro com a Presidente da Assembleia da República e fará uma visita à Câmara Municipal de Lisboa.
No dia seguinte, os presidentes turco e português vão encerrar o Encontro Empresarial Portugal-Turquia, no qual serão abordadas oportunidades de negócios e estratégias para o reforço da cooperação empresarial entre os dois países.

(Fonte: SIC Notícias)

Presidente Cavaco Silva recebeu Presidente da Turquia no início da sua visita de Estado a Portugal

No início da visita de Estado que está a realizar a Portugal, o Presidente da República da Turquia, Abdullah Gül, foi recebido, no Palácio de Belém, pelo Presidente da República.
Após uma deslocação ao Mosteiro dos Jerónimos, onde depositou uma coroa de flores no túmulo de Luiz Vaz Camões, o Presidente turco dirigiu-se ao Palácio de Belém, onde lhe foram prestadas honras militares. O Presidente e a Dra. Maria Cavaco Silva mantiveram um encontro com o Presidente turco e a Senhora D. Hayrünnisa Gül, o qual foi seguido por uma reunião entre os dois Chefes de Estado, a quem se juntaram depois as respectivas delegações. No final da reunião de trabalho, os dois Presidentes prestaram declarações perante os jornalistas.
 
(Fonte: Presidência)

05 maio 2013

Presidente da Turquia visita Portugal para reforçar relações económicas

O reforço dos laços económicos bilaterais vai dominar a visita oficial de três dias a Portugal do Presidente da Turquia, Abdullah Gül, que se inicia na segunda-feira a convite do seu homólogo Aníbal Cavaco Silva. "Devido às boas relações entre os dois países, esta visita tem por objectivo reforçá-las. O Presidente Cavaco Silva foi meu convidado numa visita oficial [Maio de 2009] e na ocasião também me convidou. Estou a retribuir, e ao mesmo tempo esperamos melhorar as relações económicas entre os dois países", referiu o chefe de Estado turco em entrevista à Lusa, em Ancara. Abdullah Gül, que recordou "as similitudes entre Lisboa e Istambul" e as "relações históricas desde 1843", quando um embaixador português foi enviado à então capital otomana, é acompanhado na deslocação a Lisboa por dezenas de empresários, representantes dos partidos com assento parlamentar e pelos ministros da Economia, Cultura e Negócios Estrangeiros. "As nossas relações políticas já estão num excelente nível em todos os aspectos, mas no campo da economia julgo que esta visita nos vai ajudar a reforçar os laços económicos. Os dois países possuem muito potencial para concretizar em termos económicos", sugeriu Abdullah Gül durante a entrevista que decorreu no Çankaya Köskü, a residência oficial em Ancara fundada por Mustafa Kemal Ataturk em 1923. "Na minha opinião será a principal prioridade desta visita", reafirmou. A deslocação de Gül a Portugal, a primeira na qualidade de chefe de Estado, tem como pano de fundo a persistente crise económica e financeira que atinge os países do flanco sul da zona euro, situação que tem merecido a atenção de Ancara. "Seguimos a crise económica que a Europa atravessa e avaliamos a situação numa perspectiva realista. De facto, não foi uma surpresa a forma como se iniciou esta crise, porque os critérios de Maastricht incluem uma série de indicadores em termos do peso da dívida e do défice orçamental de cada Estado membro", referiu. Após insistir na existência de "critérios que estão em vigor", o dirigente turco sustentou que diversos Estados membros não cumpriram essas normas, com "países com um peso da dívida que excede em 100% o seu respectivo PIB" ou com défices orçamentais "três vezes superiores" ao limite exigido. "Assim, era inevitável. Sim, existe na Europa uma união monetária, mas apesar da união monetária as políticas financeiras são diferentes. E agora existe este problema", adiantou o chefe de Estado turco, doutorado em Economia pela Universidade de Istambul. O insuficiente reforço das regras em vigor nas instituições e no sistema financeiro e que "não são respeitadas pelos países quando se trata do sistema financeiro" foram ainda considerados factores decisivos para a actual crise europeia. No entanto, Abdullah Gül acredita ser "possível ultrapassar esta crise", que também foi provocada, como sugeriu, por alguma incúria. "De repente, sem se esperar, irrompe a crise. Mesmo que os indicadores estivessem lá, incluindo nos chamados bons velhos tempos, não foram analisados com cuidado, para que fossem tomadas as medidas e as práticas necessárias", afirmou. Apesar de admitir a necessidade de "medidas rígidas" para assegurar "o sucesso a longo prazo", o Presidente turco salienta que muitos países já optaram por "medidas de austeridade, de rigor", e que no futuro poderão reforçar "cada Estado-membro da UE". Nesta perspectiva, não deixa de demonstrar confiança. "Tenho esperança no futuro. Nenhum país será confrontado para sempre com esta crise e após a aplicação das medidas, mesmo que sejam duras, mesmo que sejam medidas de austeridade, surgirá um melhor período logo após a sua aplicação total, e na minha perspectiva é isso que vai acontecer na Europa".
 
(Fonte: Notícias ao Minuto)