O anúncio de cessar-fogo dos separatistas curdos foi acolhido pela imprensa turca como um gesto histórico, não deixando de sublinhar as dificuldades do futuro processo de paz.
Face a uma declaração determinada mas vaga em muitos detalhes por parte do líder do PKK (Partido dos trabalhadores do Curdistão), Abdullah Öcalan, o primeiro-ministro turco tentou hoje avançar um calendário para a retirada dos guerrilheiros do país, até ao final do ano.
Em Istambul, um residente mostra-se revoltado: "Temos de pensar em todos os mortos deste conflito. E agora vemos um prisioneiro, o líder do PKK, a dirigir a república turca. Nós somos contra este processo, queremos a paz mas não assim. Três membros da minha família foram mortos pela guerrilha".
Depois de saudar o gesto de paz dos separatistas, o primeiro-ministro turco deixou também um aviso de que não tolerará novas acções por parte da guerrilha do PKK, rejeitando a criação de uma comissão parlamentar para mediar as discussões com a guerrilha, lideradas até agora pelo governo.
Para uma analista turca, "o processo de paz pode também ser beneficiado com a revisão constitucional em curso que vai dar mais importância ao parlamento, deixando as negociações de estarem apenas nas mãos do partido governo".
O correspondente da euronews na Turquia lembra que "o apelo de cessar-fogo de Öcalan foi acolhido com optimisto e esperança, mas os nacionalistas turcos não escondem as suas reservas e querem ver resultados concretos".
(Fonte: Euronews)
Sem comentários:
Enviar um comentário