30 dezembro 2011

Turco resgatado de navio mercante ao largo do Faial

Um turco de 44 anos, tripulante de um navio mercante da mesma nacionalidade, foi resgatado na madrugada desta sexta-feira pela Força Aérea em pleno mar, ao largo da ilha açoriana do Faial, e levado de urgência para um hospital devido a uma fractura num braço.
O alerta de emergência emitido a partir da embarcação chegou ao Centro Coordenador de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, pelas 03h05.
De imediato descolou da Base Aérea n.º 4, nas Lajes, um helicóptero EH-101 Merlin, com uma equipa médica a bordo. A aeronave deslocou-se para o Faial para reabastecimento, tendo depois sido encaminhada por um avião C-295M para a zona onde se encontrava o navio mercante.
A operação de resgate do tripulante turco começou pelas 08h30, a 630 quilómetros a oeste do Faial. O ferido foi encaminhado por via aérea para o aeródromo da Horta, no Faial, de onde seguiu para uma unidade hospitalar.

(Fonte: Correio da Manhã)

29 dezembro 2011

Aviação turca matou por engano 35 contrabandistas curdos

Pelo menos 35 curdos foram ontem mortos num ataque da aviação turca no sudeste da Turquia, perto da fronteira com o Iraque. Mas foram mortos por engano, reconheceu um porta-voz do partido governamental turco. Em vez de guerrilheiros do PKK, eram jovens que faziam contrabando, provavelmente de cigarros. “De acordo com as primeiras informações que recebemos, estas pessoas eram traficantes, e não terroristas,” afirmou Huseyin Çelik, vice-presidente do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan. “Em nome do meu partido, quero exprimir a nossa consternação. Se houve um erro, quero garantir que o assunto não será enterrado.”
Segundo as autoridades locais, pró-curdas, que divulgaram imagens de corpos tapados com cobertores e burros mortos, a maior parte das vítimas eram jovens, alguns com 17 anos, que faziam contrabando de cigarros ou gasóleo entre o Iraque e a Turquia. Seriam cerca de 50, e alguns estão ainda desaparecidos.
O Partido da Paz e Democracia (BDP, pró-curdo), enviou dirigentes para Uludere, o local da província de Şırnak de onde se pensa que são as vítimas, diz a AFP. “Isto é um massacre. Os aviões de guerra deste país bombardearam um grupo de 50 dos seus cidadãos para os destruir. É um crime de guerra e contra a humanidade,” disse a vice-secretária do BDP, Gültan Kışanak, numa conferência de imprensa em Diyarbakır, a mais importante cidade do Curdistão turco.
O BDP anunciou que vai organizar manifestações de protesto em Istambul e noutros locais. Em Istambul começaram ontem. Mais de 2000 curdos ocuparam a praça Taksim, na parte europeia da cidade, gritando slogans como “o Curdistão será o túmulo dos fascistas” e “Erdoğan assassino”. Houve confrontos com a polícia, que usou canhões de água para dispersar os manifestantes, e fez várias detenções.

(Fonte: Público)

27 dezembro 2011

Turco baleou tia e sobrinha em Loures



Com a pistola dissimulada no interior do casaco, o atirador esperou que o homem e a sua filha, acompanhados pelos tios da menina, se dirigissem ao jardim em frente à sua casa na Bobadela, Loures. A seguir disparou pelo menos quatro vezes. O homem, de nacionalidade turca, atingiu Rosa Karpal, de sete anos, no braço direito, e Mine Karpal, turca de 34 anos, no braço esquerdo e nas costas. Os disparos terão sido o resultado de um ajuste de contas por parte do homem, turco, que já tinha feito várias ameaças.
"Ouvi os tiros e quando saí da pastelaria ainda vi a menina a cair desamparada junto à árvore. A mulher já estava no chão, em sangue," contou Paulo Gonçalves, proprietário d’A Espiga, onde as vítimas tinham estado a tomar café momentos antes. O dono da pastelaria da rua Bento Gonçalves, onde o crime ocorreu, foi o primeiro a chamar a polícia e os bombeiros.
"A menina começou logo a chorar, o pai socorreu-a e não saiu de perto dela. A senhora deitava muito sangue da barriga," contou Paulo Gonçalves. As vítimas, atingidas pelos disparos de vingança por volta das 16h00, foram de imediato transportadas pelo INEM para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A tia Mine Karpal – que veio com o marido e os filhos passar o Natal e o Ano Novo com a família que vive em Portugal – ficou no Serviço de Observação e Rosa na Cirurgia Pediátrica. Não correm perigo de vida.
O autor dos disparos, que terá cerca de 25 anos, foi visto a fugir por várias pessoas, depois de disparar. "A pistola ia escondida na mão e ele afastou-se a andar muito devagar. Assim que virou a esquina, desatou a correr," explicou Pedro, 50 anos, dono da loja de artigos chineses ao lado do café.
O alegado homicida foi detido pouco tempo depois pela PSP. A carrinha BMW do pai da criança, estacionada em frente à pastelaria, foi inspeccionada pelos investigadores da PJ que periciaram o local depois do crime.
"O pai entregou uma fotografia à polícia assim que chegaram, explicando quem era o homem que tinha disparado. Conheciam-se," referiu o proprietário da pastelaria. "A família é muita pacata, moram aqui há cerca de três anos e são clientes habituais do café," acrescentou Paulo Gonçalves. O agora detido já teria ameaçado várias vezes a família, mas as razões que terão levado à tentativa de homicídio estão ainda por apurar. A PSP foi chamada em primeiro lugar ao local, tomou conta da ocorrência e vedou, ontem à tarde, parte da rua Bento Gonçalves, onde ocorreu o crime, para preservar os indícios existentes no local.
Eram visíveis na estrada pelo menos quatro invólucros de balas, cujo calibre é ainda desconhecido. Foram recolhidos pelos investigadores da Polícia Judiciária.

(Fonte: Correio da Manhã)

23 dezembro 2011

Arménios na Turquia contra medida do Parlamento francês


A aprovação pelo Parlamento francês do projecto-lei que torna ilegal negar o genocídio arménio de 1915 provocou consternação na Turquia.
Centenas de pessoas protestaram em frente à embaixada de França em Ancara, com o Partido Nacionalista a liderar.
Para a comunidade arménia a viver na Turquia, este reconhecimento acaba por ser contraproducente.
Robert Koptas, jornalista de um dos jornais arménios de maior prestígio na Turquia, considera que a medida veio desviar a atenção do trabalho que se tem vindo a realizar nos últimos anos.
“Neste momento, enquanto não houver consciência na Turquia sobre a questão, enquanto o povo turco não souber o suficiente sobre isso, punir indivíduos que negam esse passado num país estrangeiro, como em França, sentenciá-los a um ano de prisão e a pagar uma pesada multa de 45 mil euros, não me parece certo,” conclui o jornalista.
Koptas evidencia ainda que “a reacção na Turquia é, em geral, extrema. Por isso, esta lei vai prejudicar os nossos esforços para discutirmos o assunto. Desvia a atenção do nosso diálogo com a sociedade e dá mais argumentos aos nacionalistas e a todos aqueles que negam esse passado. Quando França limita a liberdade de expressão, as restrições à liberdade de expressão aqui, ficam legitimadas.”
Na Assembleia turca, o grupo de amizade franco-turco cessou funções. Os membros decidiram desta forma, protestar contra a medida do Parlamento francês.

(Fonte: Euronews)

Turquia acusa França de genocídio argelino

A tensão diplomática entre Ancara e Paris não pára de crescer. Recep Tayyip Erdoğan acusa a França de genocídio aquando da ocupação colonial da Argélia.
Os comentários de hoje do primeiro-ministro turco são a mais recente reacção à lei que a França aprovou, e segundo a qual é crime negar que os massacres cometidos pelos Turcos otomanos sobre Arménios constituem genocídio.
Erdoğan aponta agora o dedo aos colonialistas gauleses que acusa de terem incinerado argelinos. A França ocupou a Argélia na década de 30 do século XIX, e saiu do território cerca de 130 anos depois.
A polémica lei francesa ainda precisa de passar no Senado, mas assim que passou na Câmara Baixa, o líder turco suspendeu as relações políticas e económicas, e chamou o representante diplomático da Turquia em Paris.

(Fonte: Sol)

22 dezembro 2011

Turquia manda regressar o seu embaixador em França

A Turquia mandou regressar o seu embaixador em França, Tahsin Burcuoğlu, depois de ter sido votada no Parlamento francês uma lei que condena a negação do genocídio de 1915 em que foram alegadamente mortos 1,5 milhões de Arménios.
O termo genocídio é negado pelas autoridades turcas, que reconhecem terem morrido entre 250 mil e 500 mil Arménios durante o Império Otomano. Mas a Arménia tem defendido que, nesses massacres, morreram pelo menos 1,5 milhões de pessoas, e hoje os deputados franceses aprovaram uma lei que reconhece o genocídio e condena quem o negar.
Segundo a lei agora aprovada, a negação do genocídio arménio poderá ser penalizada com um ano de prisão e 45 mil euros de multa. A decisão indignou as autoridades turcas, que anunciaram que o seu representante em Paris deixará a França “amanhã”.
Este não é o primeiro caso de condenação da negação de um genocídio por parte da França, que já tomou uma decisão semelhante em relação ao massacre de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Nos últimos dias a Turquia pressionou a França para que a lei não fosse aprovada, sublinhou a AFP, mas o Parlamento aprovou o reconhecimento do genocídio numa iniciativa que contou com o apoio do Governo francês.
Ancara chegou a prometer represálias diplomáticas, económicas e culturais, adiantou a agência francesa, e essas medidas não se fizeram esperar. A ordem para fazer o embaixador em Paris regressar ocorreu pouco depois de ter sido anunciado o resultado da votação em França.
A Arménia, por outro lado, agradeceu a decisão francesa. O ministro arménio dos Negócios Estrangeiros, Edouard Nalbandia, manifestou a “gratidão” do seu país, e as autoridades arménias já se tinham congratulado com a iniciativa francesa. “Quero, uma vez mais, expressar a minha gratidão às autoridades francesas, ao Parlamento e ao povo francês,” disse Nalbandian. “Ao adoptar esta lei, a França prova novamente que os crimes contra a humanidade não prescrevem e que a sua negação deve ser punida.”
O texto que condena a negação do genocídio arménio foi aprovado por larga maioria dos deputados presentes, cerca de 50, com apenas meia dúzia dos parlamentares a votar contra, adiantou a AFP. A decisão irá agora deteriorar as relações entre a França e a Turquia, numa altura em que ambos os países procuravam alcançar uma posição comum quanto aos confrontos na Síria e a repressão perpetrada pelas autoridades de Damasco.

"Traição da história"
O vice-primeiro-ministro turco, Bülent Arınç, considerou a decisão do Parlamento francês uma “traição da história” e adiantou, através de uma mensagem no Twitter: “Condeno o Parlamento francês por ter aprovado esta lei, que é o equivalente a uma traição da história e da verdade histórica.”
A Turquia também considerou que a lei agora aprovada tem “propósitos eleitoralistas”, nomeadamente cativar o meio milhão de Arménios que vivem em França, quando já se aproximam as presidenciais francesas que irão realizar-se na Primavera.
A proposta de lei terá ainda de ser aprovada pelo Senado antes de entrar em vigor. Uma legislação semelhante já foi adoptada pela Suíça e o Parlamento Europeu também reconheceu o genocídio arménio em 1987, o que também já foi feito pelo Uruguai, em 1965, pelo Parlamento russo (1994), o Senado belga (1998), o Parlamento canadiano (2004), o senado argentino e o Parlamento sueco (2010).
A decisão do Parlamento francês gerou protestos em frente à embaixada da França na Turquia e em frente ao Parlamento francês. Prevê-se que a reacção de Ancara passe também pela expulsão do embaixador francês.

(Fonte: Público)