20 novembro 2009

Presidente do Conselho Europeu opôs-se à adesão da Turquia

O democrata-cristão belga Herman Van Rompuy foi o escolhido para o cargo de primeiro presidente da União Europeia. Uma notícia mal recebida na Turquia, que recorda as suas posições contra a adesão do país à UE.
"A Turquia não faz parte da Europa e nunca fará", declarou o actual presidente do Conselho Europeu quando estava na bancada da oposição. "Uma expansão da UE que inclua a Turquia não pode ser vista como as outras que fizemos no passado. Os valores universais que predominam na Europa, baseados no cristianismo, perderiam a integridade com a entrada de um grande país islâmico como a Turquia", acrescentou o democrata-cristão que liderou durante um ano o governo belga.
É por isso natural que a escolha de Van Rompuy, considerado o candidato mais próximo das ideias de Sarkozy e Angela Merkel, tenha sido mal recebida na Turquia. "Van Rompuy é uma má escolha para a nova Europa. A UE tem agora um líder anti-muçulmano e anti-turco", diz Seda Laciner, directora do Instituto Internacional para a investigação estratégica de Ancara, em declarações à revista "Turkish Weekly".
Graças à sua posição contra a adesão da Turquia, Van Rompuy recebeu o apoio da extrema-direita belga para a presidência do Conselho Europeu. "Estamos convencidos de que ele irá defender este ponto de vista enquanto presidente da UE", afirmou Filip Dewinter, líder do Vlaams Belang, dos extremistas flamengos anti-imigração.
A par de Van Rompuy, os líderes dos governos dos 27 países da UE escolheram uma baronesa britânica, Cathy Ashton, para dirigir a política externa. A ex-comissária europeia do Comércio foi considerada uma das grandes responsáveis pela aprovação do Tratado de Lisboa pelos políticos britânicos, apesar da forte oposição conservadora. A sua escolha é considerada uma moeda de troca com os Ingleses, depois do nome de Tony Blair não ter conseguido vencer as resistências para ganhar a corrida ao cargo de presidente da União.
O presidente do Conselho Europeu ganhará entre 300 e 350 mil euros anuais, o que é mais do que Obama, que ganha 270 mil euros por ano.
Para efeitos de comparação, Armando Vara, que está suspenso das suas funções mas continua a receber, tem salário anual de cerca de 500 mil (como os outros administradores do BCP). No tempo de Jardim Gonçalves, os salários ainda eram mais elevados e chegavam a 300 mil por mês (cerca de três milhões por ano), dez vezes o salário do presidente americano.

(Fonte: Esquerda)

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