13 maio 2009

Cavaco Silva em Istambul com dia dedicado à cultura

Foi um dia descontraído e solarengo para a comitiva presidencial de Cavaco Silva em Istambul. Ao terceiro dia de visita à Turquia, o Presidente português e a mulher apareceram de mãos dadas e óculos escuros para uma tarde cultural, sem uma palavra de política e com o Bósforo em fundo. A comitiva portuguesa era grande e juntou-se aos milhares de turistas – não faltaram vários Portugueses - que visitavam o Palácio Topkapı, residência dos sultões durante séculos, Haya Sofia, uma igreja transformada em mesquita onde conheceu o “gato de Obama”, e a Mesquita Azul. O grupo que acompanhava o Presidente português não teve de esperar nas filas para entrar nestes três locais históricos de Istambul, mas teve de serpentear por entre os turistas, tarefa mais difícil pelo apertado cordão de segurança, português e turco, à volta do casal presidencial. Algo que não impediu o casal Ribeiro e Silva de cumprimentar o Presidente. “Olha o que nos aconteceu...”, diziam incrédulos e sorridentes. Bem disposto, o casal Cavaco Silva passou pelos corredores que há centenas de anos abrigavam as concubinas, as salas e seus tesouros. Numa das varandas, o casal fez-se fotografar com o Bósforo em fundo. Do outro lado fica já a Ásia. “Um sorriso para a Ásia”, disse o Presidente. Debaixo de sol, a comitiva foi a Haya Sofia, a igreja transformada em mesquita pelos Turcos, onde assinou o livro de honra para Istambul Capital Europeia da Cultura 2010. A meio da visita, junto à reentrância na parede voltada para Meca onde o muezzin conduz as orações, estava um gato a lavar-se. A guia apontou: “É o gato de Obama.” E explicou que quando o Presidente dos Estados Unidos esteve em Istambul, em Abril, fez festas ao gato riscado. “Ficou famoso.”A uns 500 metros fica a Mesquita Azul, a única do mundo com seis minaretes, construída no século XVII. Cavaco e comitiva fizeram o caminho a pé. E foi lá que ouviram que a crise levou mais pessoas às mesquitas, mas também uma explicação para o facto de as mulheres ficarem atrás dos homens nas orações. “As mulheres à frente, como têm de pôr a cabeça no chão, podiam atrapalhar os homens, “perturbá-los” nas suas orações, afirmou Apo Corhulu, que estava a guiar a visita à mesquita. Uma “explicação tão sábia” como “inteligente”, admitiu Cavaco, com um sorriso, para concluir que “não há menorização das mulheres” turcas. Num país em que Cavaco Silva diz sentir-se em casa, como se não tivesse saído de Portugal, inaugurou na Fundação Sabanci, junto ao Bósforo, a exposição “Lisboa, memórias de outra cidade”, iniciativa conjunta com a Fundação Gulbenkian, com imagens e pinturas que provam as semelhanças entre as duas cidades, ao lado do Presidente turco, Abdullah Gül. E bastava olhar para o outro lado do Bósforo para comprovar o que disse Cavaco e “ver como existem tantas semelhanças entre as duas cidades”.

(Fonte: Público)

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