07 abril 2009

O encontro de Obama com a oposição e os ecos do seu discurso

Obama encontrou-se ontem com os líderes dos três principais partidos da oposição no Parlamento turco e falou individualmente com cada um deles durante cerca de cinco minutos. Reuniu-se com Deniz Baykal, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, kemalista), com Devlet Bahçeli, líder do Partido do Movimento Nacional (MHP, nacionalista) e com o líder do DTP, Ahmet Türk, líder do Partido da Sociedade Democrática (DTP, pró-curdo).
Baykal agradeceu a Obama o encontro com a oposição. "Eu sei a importância da oposição nas democracias. Eu também estive na oposição durante anos", respondeu Obama ao líder do maior partido da oposição. Baykal entregou a Obama dois romances: "Huzur" (Conforto), de Ahmet Hamdi Tanpınar e "Haritada bir Nokta" (Um Ponto no Mapa) de Sait Faik Abasıyanık.

Barack Obama com Deniz Baykal

Durante o encontro entre Bahçeli e Obama, a importância das relações entre os dois países foi mencionada.

Barack Obama com Devlet Bahçeli
Ahmet Türk, revelou que o presidente norte-americano Barack Obama disse ao seu partido que "a violência ou a luta armada não resolverão o problema curdo". "Eu disse-lhe que nós também denunciamos a violência, mas informei-o de que aconteceram mais de 17 000 mortes à margem da lei [no sudeste da Turquia] ao longo dos anos", disse o líder do DTP. Disse ainda que entregou a Obama um dossier que inclui os pontos de vista do DTP para a solução do problema curdo. Também entregou ao Presidente um jogo de botões e um alfinete para Michelle Obama.
Os deputados turcos parecem ter apreciado o "discurso histórico" de Obama no Parlamento. "Falou de democracia, secularismo e de Atatürk. Enviou a mensagem de que Israel e a Palestina são dois estados, algo que nós também defendemos. Definiu o PKK como uma organização terrorista", referiu o líder da bancada do CHP, Onur Öymen. O deputado do DTP por Istambul, Ahmet Tan, mencionou o discurso do presidente Bill Clinton em 1999 e disse não existirem diferenças entre os dois discursos. "Só existe uma diferença de 10 anos. O facto de ter referido a reabertura de uma seminário foi uma surpresa", disse. O deputado do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento (islamita, no Governo), Seracettin Karayağız, escreveu uma carta a Obama onde aborda os acontecimentos de 1915. "Os Arménios mataram os meus dois tios e muitos familiares meus. Colocaram o meu pai numa prisão. Ambas as partes sofreram grandes perdas durante a guerra, mas não se tratou de um genocídio", escreveu Karayağız na sua carta a Obama.

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