31 janeiro 2009

Turquia: Meira titular na vitória do Galatasaray

O Português Fernando Meira foi titular no Galatasaray que venceu o Denizlispor por 2-0, na 18ª jornada do campeonato da Turquia. A jogar fora de casa, a equipa de Istambul chegou à vitória com golos de Milan Baros e Nonda, aos 9 e 72 minutos. O Galatasaray terminou o jogo reduzido a 10, por duplo cartão amarelo a Ayhan Akman.
A formação do internacional português é terceira classificada, com menos dois pontos que os líderes Sivasspor e Trabzonspor. Os primeiros empataram a zero com o Kayserispor e os segundos venceram na capital o Ankaraspor por 2-0.

(Fonte: Mais Futebol)

Israel e Turquia desvalorizam discussão entre Erdoğan e Peres

Foi num misto de euforia e apreensão que a Turquia recebeu, esta madrugada, o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdoğan, depois de, subitamente, ter abandonado um debate com o Presidente israelita, Shimon Peres, no Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça).
Em Istambul, milhares de pessoas saudaram Erdoğan como um herói por ter criticado a ofensiva em Gaza e ter confrontado Peres com a acusação de, “no que toca a matar, [Israel] sabe bem como matar”. O município decorou a rua em frente à residência do chefe do Governo com cravos vermelhos e prolongou o horário de funcionamento do metropolitano, com serviço gratuito para os que se deslocassem ao aeroporto.
Numa conferência de imprensa, à chegada, Erdoğan deu a sua versão do incidente: “O meu discurso durou 15 minutos. Quando chegou a vez do senhor Peres, ele falou durante 23 minutos, sem qualquer aviso ou advertência. Enquanto falava, usou termos insultuosos, inaceitáveis. (...) Eu disse que não levantava a minha voz, mas tinha de responder às críticas. ” Confessou ainda que ficou profundamente irritado com o modo como o jornalista americano David Ignatius moderou o debate, não o deixando responder ao longo monólogo de Peres durante o qual, apontando um dedo ao líder turco, o interpelou: “O que faria se caíssem todas as noites 100 ‘rockets’ em Istambul?”
Para Yavuz Baydar, do influente jornal “Today’s Zaman”, a recepção a Erdoğan explica-se pela “frustração de grande parte da população turca com o que considera ser ‘a barbárie’ das forças armadas israelitas contra os civis de Gaza”. Muitos não compreendem também “as posições cépticas do Egipto e da Arábia Saudita em relação ao Hamas, por isso, Erdoğan ajudou a exprimir os sentimentos populares, apresentando-se como um líder capaz de ‘dar uma dura lição ao intransigente Israel’. Os Turcos gostam de ser duros e terão visto elementos de justiça naquele jogo de gritos” em Davos, acrescentou Baydar, em declarações ao PÚBLICO, por “e-mail”.
Não estará a ira de Erdoğan relacionada com as eleições locais de 29 de Março? “Naturalmente”, responde Baydar. “Ele é um mestre da retórica que sabe cativar a multidão. É óbvio que viu aqui uma oportunidade de chamar eleitores para o seu partido [AKP]. É realista dizer que já assegurou outra vitória – ou que, pelo menos, salvou a sua popularidade”.
No entanto, alertou o analista, “se ganhou em casa, não se sabe ainda se a sua escolha de palavras na discussão com Peres caiu bem na Europa e na América [onde o lobby judeu tem convencido o Congresso a não aprovar uma lei do genocídio arménio e apoiado a luta turca contra os separatistas curdos do PKK]. Ao aperceber-se dos riscos, [Erdoğan] apressou-se a enfatizar que não era anti-semita nem incitou ao ódio com base na religião.”
Shimon Peres telefonou a Erdoğan para se explicar, e ambos concordaram que “não há nenhum conflito entre Israel e a Turquia.” Baydar também crê que “os danos não foram assim tão grandes que não possam ser reparados”. Porque “Israelitas e Turcos precisam uns dos outros numa região instável e sob ameaça. São as únicas democracias no bairro, e a cooperação militar é importante para ambos.” Reconhece, por outro lado, que os dez mil membros da comunidade judaica, em Istambul e em Izmir, se sentem “muito mal”.
“Há um grande medo na comunidade”, constatou Baydar. “Alguns receberam ameaças de morte, a imprensa tem dado conta de manifestações de anti-semitismo e de casos em que os guardas de sinagogas têm sido rudes com os judeus que ali vão rezar. O anti-semitismo é um problema na Turquia desde há muito tempo. Devido ao horror em Gaza, os judeus aqui têm-se mostrado muito mais prudentes e silenciosos.”
A Turquia tem servido de ponte nas negociações indirectas Israel-Síria, e o Presidente Abdullah Gül (não Erdoğan) tem procurado “renovar” o Hamas, tentando convencê-lo a transformar-se numa força política e a reconhecer o Estado judaico. No entanto “a última discussão emotiva [com Peres] sugere que o país ainda não tem maturidade suficiente” para ser mediador, diz Baydar.

(Fonte: Público)

30 janeiro 2009

Peres: Discussão em Davos não afecta relação com Turquia

O presidente israelita, Shimon Peres, disse hoje esperar que as relações de Israel com a Turquia não sejam afectadas pela acalorada discussão que travou na véspera com o primeiro-ministro Tayyip Erdoğan no Fórum Económico Mundial, em Davos.
"Não queremos um conflito com a Turquia. O nosso conflito é com os palestinianos", disse Peres aos jornalistas na estância alpina, acrescentando que conversou por telefone com Erdoğan depois do incidente.
"Não vejo este facto como um problema pessoal ou nacional. As relações podem permanecer como estão. O meu respeito [por Erdoğan] não mudou. Foi uma troca de opiniões, e opiniões são opiniões", disse.
Peres disse esperar que a Turquia continue a ser uma força moderadora no Médio Oriente. "A Turquia será uma resposta para o Irão [...] e oferece uma escolha ao Médio Oriente. Espero que continue assim", afirmou.
Ao deixar o evento, Erdoğan disse que nunca mais voltaria ao Fórum de Davos, pois não teve liberdade para responder aos argumentos de Peres sobre a recente ofensiva de Israel contra o Hamas, que matou 1.300 palestinianos, mais de metade dos quais civis.
Peres diz que precisou de falar de forma incisiva na quinta-feira por causa do quadro "feio" pintado por outros oradores a respeito de Israel. "Foi simplesmente uma representação distorcida da natureza de Israel", afirmou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, estavam entre os participantes do evento de quinta-feira.

(Fonte: Diário Digital)

Presidência de Israel nega ter pedido desculpa a Erdoğan

A presidência do Estado de Israel desmentiu hoje categoricamente que o presidente Shimon Peres tenha pedido desculpa na quinta-feira ao primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, que em fúria abandonou um debate sobre o conflito em Gaza.
Segundo a agência turca Anatólia, Peres pediu desculpa ao chefe do governo turco, que abandonou um debate sobre o conflito em Gaza depois de uma intervenção do presidente israelita, em Davos, na Suíça.
"Esta alegação não tem o mínimo fundamento", declarou a porta-voz da presidência israelita, Ayelat Frish.
Em contrapartida, Frish afirmou que Peres tinha telefonado a Erdoğan, e adiantou que os dois dirigentes tinham tido uma "conversa amigável". Durante "esta conversa, o primeiro-ministro turco sublinhou que o seu gesto não visava Peres mas o presidente da sessão", que lhe tinha cortado a palavra, precisou a porta-voz.
O primeiro-ministro turco ficou furioso durante um debate público no Fórum económico mundial de Davos, e abandonou o local acusando os organizadores de o impedirem de falar depois de uma longa intervenção de Shimon Peres. Erdoğan desejava responder a Peres, que estava sentado ao seu lado, sobre a intervenção israelita em Gaza, mas o jornalista que mediava o encontro interrompeu-o com insistência, para lhe comunicar que o debate estava terminado. Quando abandonou a sala, Erdoğan criticou em frente dos jornalistas o tom empregado pelo presidente israelita. "Peres não se dirige a um chefe de uma tribo. Deve aprender como falar a um primeiro-ministro da República da Turquia", afirmou Erdoğan, citado pela Anatólia.
Erdoğan, que dirige uma formação resultante de um movimento islamita, criticou quase diariamente a ofensiva de 22 dias de Israel na Faixa de Gaza, a ponto de ser acusado por parte da imprensa e da oposição turcas de defender o movimento islamita Hamas, considerado uma organização terrorista pelo Ocidente.

(Fonte: OJE/Lusa)

Apoteótica recepção a Erdoğan no regresso a Istambul

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, teve hoje de madrugada uma recepção apoteótica no aeroporto Atatürk, na cidade de Istambul, ao regressar antecipadamente ao país depois de se haver incompatibilizado no Fórum Económico de Davos, na Suíça, com o Presidente israelita, Shimon Peres.
Mesmo apesar de ser a meio da noite, cerca de 3.000 cidadãos afluíram à aerogare, num mar de bandeiras vermelhas turcas, para aclamar a atitude de Erdoğan, ao condenar de forma inequívoca a operação militar israelita na Faixa de Gaza. Havia cartazes a denunciar o Estado de Israel, mesmo apesar de a Turquia ser tradicionalmente o país mais próximo dos Iraelitas de entre todos os muçulmanos. E Erdoğan explicou-se perante os seus compatriotas: “Fiz o que tinha de ser feito”. Numa das sessões mais emotivas da normalmente circunspecta conferência de Davos, que congrega grandes sumidades da política internacional, o primeiro-ministro turco passara ontem em frente do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e de outras entidades para sair ostensivamente da sala, queixando-se de que os seus comentários sobre a operação em que morreram mais de 1.300 palestinianos tinham sido interrompidos. Sentiu-se perante um verdadeiro atentado à liberdade de expressão e preferiu deixar a Suíça mais cedo do que o previsto, jurando nunca mais voltar a Davos, enquanto não lhe fosse possível dizer tudo o que pensa quanto a determinadas situações.Tendo surgido na altura como um autêntico porta-voz dos sentimentos islâmicos, o chefe do Governo de Ancara, que tem vindo a procurar ser mediador no conflito do Médio Oriente, designadamente entre Israel e a Síria, lamentou que grande parte da audiência tivesse aplaudido a forma como o velho Peres defendeu a luta de Israel contra o Hamas. Entretanto, Shimon Peres, que em 1994 foi um dos galardoados com o Prémio Nobel da Paz, já lhe telefonou para lhe apresentar desculpas pela forma como tudo decorrera, noticiou a agência turca Anatólia.

(Fonte: Público)

Hamas saúda Erdoğan

Um chefe do Hamas, Khalil al-Hayya, elogiou hoje durante uma manifestação em Gaza o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, pela sua atitude durante um debate com o presidente israelita, Shimon Peres, em Davos, comparando o dirigente turco ao conquistador otomano de Constantinopla.
"O povo palestiniano, a resistência e o Hamas saúdam-no, Erdoğan. Estamos consigo e ao lado da Turquia, em Gaza a vitoriosa", declarou Hayya, perante centenas de pessoas reunidas na sede do Parlamento palestiniano em Gaza, destruída por um bombardamento israelita.
Erdoğan "disse a verdade e fez triunfar a justiça, a liberdade e o povo palestiniano", acrescentou o líder do Hamas, na sua primeira aparição pública desde o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
"[Erdoğan] lembra-nos a posição gloriosa dos seus ancestrais otomanos", afirmou, citando o sultão Mehmet II, mais conhecido como "o conquistador", que venceu Constantinopla em 1453.
"Que os dirigentes muçulmanos oiçam como a História faz heróis e como os homens escrevem a História", disse.
Mais cedo, em comunicado, o Hamas prestara uma homenagem à "posição corajosa do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, que defendeu ao vivo em Davos as vítimas da guerra sionista criminosa contra os nossos filhos e as nossas mulheres em Gaza, na cara do mal sionista Shimon Peres".
"Consideramos a saída de Erdogan da sala do debate como uma expressão de apoio às vítimas do holocausto perpetrado pelos sionistas", disse o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum.

(Fonte: Diário Digital)

Erdoğan abandona debate em Davos após discussão com Peres

A Turquia é talvez a ponte mais sólida entre o mundo árabe e Israel. Telavive sabe-o. Mas o presidente Simon Peres esqueceu-se, pelo menos durante 25 minutos, em Davos.
O Prémio Nobel da Paz de 1994 levantou a voz na defesa da recente ofensiva israelita na Faixa de Gaza e apontou o dedo à cara de Tayyip Erdoğan, questionando-o sobre "o que faria se caíssem todas as noites 100 rockets em Istambul".
O primeiro-ministro turco quis responder. Mas a palavra foi-lhe cortada pelo jornalista norte-americano David Ignatius. Erdoğan levantou-se e abandonou o Fórum Económico Mundial, onde não o quiseram ouvir 15 minutos sequer em defesa dos 1300 mortos palestinianos em Gaza.
O moderador do debate chegou a invocar o apetite da audiência para impedir Erdoğan de continuar. "As minhas desculpas, mas temos de deixar as pessoas irem jantar", disse Ignatius ao chefe de governo. Interpelou-o repetidamente como "senhor primeiro-ministro", mas não o tratou como tal. E ficou a impressão que palavras críticas à morte de centenas de civis em Gaza seriam difíceis de digerir.
Um telefonema de Peres a Erdoğan terá assegurado que as relações entre os dois países não sairiam contaminadas pelo incidente (ainda que Israel não confirme o pedido de desculpas que a agência turca Anatólia garante que existiu). Mas o primeiro-ministro turco fez o que tinha a fazer na estância suíça. Abandonou um debate onde não o deixaram falar, manifestou a intenção de não regressar e voou para Istambul.
No aeroporto internacional Atatürk, Erdoğan foi recebido por milhares de pessoas. Perdeu o resto da reunião e o jantar em Davos, mas não perdeu a face. Afinal de contas ninguém gosta de ser mandado calar ou ser trocado por uma refeição.

(Fonte: IOL Diário)

Erdoğan e Peres protagonizam violento debate em Davos


Recep Tayyip Erdoğan, o primeiro-ministro turco, envolveu-se ontem à noite numa acesa discussão com Shimon Peres, o presidente de Israel, num debate no Fórum Económico Mundial, em Davos, e, desagradado com o moderador do painel, abandonou o mesmo de forma intempestiva.
A situação política no Médio-Oriente, e em particular o conflito Israel-Palestina foram o tema principal do debate, onde também estavam o secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-Moon, e o presidente da Liga Árabe Amr Moussa. Ancara é uma das poucas capitais que tem mantido canais de comunicação com o movimento palestino Hamas, e durante a recente operação na faixa de Gaza o executivo turco foi extremamente crítico para com Israel - Erdoğan apelidou então a operação militar israelita como "um crime contra a humanidade", e chegou mesmo a propôr a expulsão de Israel da ONU. Durante o tenso debate, Erdoğan e Peres trocaram acusações fortes: "Vocês sabem matar muito bem", disse Erdoğan. "Todos nós sabemos como vocês mataram crianças nas praias de Gaza". Peres respondeu de forma rígida, elevou a voz e, de dedo em riste, disse a Erdoğan que se "rockets fossem disparados contra Istambul provavelmente faria o mesmo". Acusou também Erdoğan de "não conhecer o Hamas". O primeiro-ministro turco sugeriu que se Peres elevava a voz era porque se sentia culpado. O moderador cortou-lhe depois a palavra, após o qual Erdoğan abandonou o debate repentinamente dizendo que "era a última vez que participava numa cimeira em Davos", alegando que Peres pode falar durante 25 minutos e a ele só lhe foi permitido falar 12.
O ambiente na pacata estância de ski suiça ficou então ao rubro. Emine Erdoğan, a mulher do primeiro-ministro turco, presente na sala, chorava, enquanto as dezenas de jornalistas tentavam obter reacções. Uma hora depois, Erdoğan e o presidente do Fórum Económico Mundial deram uma breve conferência de imprensa, onde o líder turco acusou o moderador de falta de profissionalismo, uma vez que "só o deixou falar metade do tempo dado a Peres". O primeiro-ministro disse ainda que o seu comportamento "foi sobretudo dirigido ao moderador", mas não pediu qualquer desculpa.
Quase imediatamente, grandes multidões saíram às ruas na Turquia para expressar o seu apoio a Erdoğan. Convocados por mensagens de telemóvel anónimas, milhares de pessoas concentraram-se no aeroporto de Istambul, empunhando bandeiras da Turquia e da Palestina, para receber Erdoğan em apoteose, que chegou à 1.30 da madrugada (23.30 em Lisboa). "Erdogan é um líder mundial!", e "Que orgulho em ser Turco!" eram palavras de ordem, enquanto outros gritavam "Israel assassino". Também na Palestina decorreram hoje várias manifestações de apoio a Erdoğan, enquanto a imprensa turca dava conta de dezenas de mensagens de apoio vindas de todo o mundo. Erdoğan é o expoente máximo do Islão político moderado, e um fenómeno olhado com interesse por muitos outros países muçulmanos. Os seus esforços em não alienar o Hamas, na Palestina, e o Hizbollah, no Líbano, reflectem, de certo modo, o seu percurso político: Erdoğan já esteve preso por actividades fundamentalistas, e foi temporariamente banido da política por militar em partidos islâmicos ilegalizados pelo "establishment" laico. Hoje governa a Turquia, país candidato à adesão plena à UE, com maioria absoluta. Um dia antes do debate, Erdoğan tinha pedido ao novo presidente americano Barrack Obama que "redefina o que é "terrorismo" no Médio Oriente". Tradicionalmente virada sobretudo para o Ocidente, a Turquia tem vindo a assumir, sob a batuta de Erdoğan, um papel cada vez mais importante nas suas regiões fronteiriças a sul e a este - Erdoğan e os seus pares participaram nas negociações com o Hizbollah que pôs termo à guerra no Líbano, lideraram as negociações indirectas entre a Síria e Israel (que terminaram precisamente com o ataque a Gaza), já ofereceram ajuda para moderar um diálogo entre os países ocidentais e o Irão, para além de estarem a desenvolver uma nova iniciativa de paz e cooperação no Cáucaso, após a guerra entre a Geórgia e a Rússia. Hoje Erdoğan voltou a defender as suas palavras em Davos: "ninguém pode desafiar o primeiro-ministro da Turquia. Eu não sou um qualquer líder tribal. E quem é que pode ignorar actos em que mais de 1,300 pessoas morreram?". Mas estendeu a mão ao povo israelita - "não estamos a criticar os cidadãos de Israel ou a sua religião. Apenas e tão só uma acção da actual administração". A imprensa turca noticiou entretanto que Peres telefonou ainda ontem a Erdoğan a pedir-lhe desculpa.

(Fonte: Notícias da Turquia / Expresso)

29 janeiro 2009

Salão do Livro de Paris esquece Turquia em 2010

A edição de 2010 do Salão do Livro de Paris, que deveria ser dedicada à literatura da Turquia, transformar-se-á provavelmente numa cerimónia de comemoração dos 30 anos de existência da mais famosa feira literária europeia.
A presença dos editores e autores turcos já era dada como certa quando começaram os rumores sobre os inconvenientes de dedicar o Salão a um país com vários "perigos" incorporados: problemas nas negociações de adesão à União Europeia, a polémica sobre o genocídio arménio, a questão Curda. Tudo questões com elevado potencial de risco e eventuais ameaças terroristas.
O Sindicato Nacional do Livro, organizador do Salão, nega os receios de perturbações (após a polémica de 2008, quando Israel foi o país convidado) e um porta-voz disse apenas que tinha ficado decidido consagrar o Salão de 2010 à celebração do 30º aniversário do próprio Salão.
A edição deste ano terá o México como país-vedeta. A presença da literatura turca no Salão tinha sido pensada como um encerramento festivo do Ano da Turquia em França (cujas iniciativas começarão em Julho de 2009) e seria importante no contexto da ofensiva cultural daquele país, que foi país-convidado da Feira do Livro de Frankfurt de 2008 e verá Istambul como Capital Europeia da Cultura em 2010. Sem esquecer o Nobel da Literatura atribuído em 2006 a Orhan Pamuk, um autor crítico das autoridades do seu país e também contestado por elas.

(Fonte: DN Online)

25 janeiro 2009

Avalanche na Turquia faz dez mortos


Dez alpinistas morreram e dois estão dados como desaparecidos em resultado de uma avalanche ocorrida hoje no Nordeste da Turquia, anunciou um responsável local. Esta avalanche apanhou de surpresa um grupo de alpinistas cerca das 11h00 (09h00 em Lisboa), quando caminhavam a 2200 metros de altitude no maciço de Zigana, na província de Gümüşhan, perto do Mar Negro. “Dez pessoas morreram. Cinco foram socorridas e duas estão hospitalizadas com ferimentos graves”, informou o governador da cidade de Toğrul, Şafak Gürçam, à estação de televião CNN-Türk. O governador da província, Enver Salihoğlu, anunciou que 50 socorristas participam nas buscas. De acordo com os responsáveis, a avalanche pode ter sido provocada pelas temperaturas anormalmente elevadas para a estação.

(Fonte: Público / AFP)

22 janeiro 2009

Cerca de 20 pessoas foram presas hoje na Turquia por suspeita de pertencerem à Ergenekon, uma rede ultra-nacionalista que pretendia derrubar o Governo islamita moderado liderado por Recep Tayyip Erdoğan.
Entre os detidos encontra-se um jornalista, um líder sindical e o presidente de uma empresa de análise política, informaram os meios de comunicação turcos.
A operação desenvolveu-se em simultâneo em 13 províncias e um dos detidos mais conhecidos é o presidente do sindicato metalúrgico turco, Mustafa Özbek, que também é proprietário do canal de televisão Eurasia TV.
O canal de informação NTV assegurou que também foram detidos cerca de 20 polícias e membros do Exército envolvidos na conspiração golpista.
Estes polícias e membros do Exército terão estado às ordens de İbrahim Şahin, um ex-responsável de operações especiais da polícia, preso no princípio de Janeiro por suspeita de pertencer também à Ergenekon.
Anteriormente, os investigadores encontraram vários depósitos de armas e explosivos que presumivelmente estariam ligados à conspiração.
Até agora, foram detidas no total mais de 200 pessoas, das quais 86 já estão a ser julgadas.
O polémico julgamento dividiu a sociedade turca, porque parte considera-o um processo político contra a oposição, enquanto outra parte o qualifica como um avanço no processo de democratização porque revela as implicações criminais de parte da antiga cúpula militar na «guerra suja».
Segundo o Ministério Público turco, a Ergenekon, formada por chefes militares reformados, jornalistas, políticos e académicos, pretendia semear o caos com atentados terroristas para provocar um ambiente favorável a um golpe de Estado do Exército que depusesse o Governo.

(Fonte: Diário Digital / Lusa)

13 janeiro 2009

Dez feridos palestinianos foram transportados para hospitais da Turquia

Dez palestinianos feridos gravemente no conflito na Faixa de Gaza foram levados para a Turquia através do Egipto, anunciou hoje o Governo turco.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse, em discurso perante o grupo parlamentar do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no Governo), que mais feridos palestinianos serão levados para clínicas turcas nos próximos dias.
A maioria das vítimas, acompanhadas por um parente cada, transferidas hoje têm graves queimaduras causadas pelos bombardeamentos israelitas.
O chefe de Governo turco disse que a aeronave usada para a transferência foi transformada num avião ambulância, que levará feridos para a Turquia e depois voltará para a zona de conflito com ajuda humanitária.
Erdogan disse hoje que o seu Governo continuará com os esforços de paz e lembrou que o seu emissário especial, Ahmet Davutoglu, se encontra na Síria para conseguir um cessar-fogo.
Davutoglu, que deve estar em contacto com o grupo islâmico palestiniano Hamas na Síria, enviou uma mensagem a Ancara dizendo que está "optimista" sobre um cessar-fogo em breve, afirmou hoje o jornal pró-governamental "Yeni Safak".
A Turquia lançou várias iniciativas para colocar fim à ofensiva israelita em Gaza, e inclusive está disposta a enviar soldados para uma possível futura força internacional de interposição que separe os dois lados.
Segundo informa hoje a imprensa turca, a ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, Tzipi Livni, tinha previsto viajar para Ancara esta semana.
No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ali Babacan, ter-lhe-á lembrado a actual animosidade contra Israel na Turquia, aconselhando-a a só se deslocar à capital turca se quiser falar sobre as condições de um cessar-fogo.

(Fonte: EFE)

Arménia e Turquia recebem “Prémio Fair Play”

A FIFA distiguiu com o prémio de “Fair Play” as Federações de Futebol da Arménia e da Turquia, durante a Gala da FIFA que se realizou no Palácio da Ópera de Zurique, na Suíça. Na origem da distinção esteve o facto de as selecções dos dois países se terem defrontado recentemente, ultrapassando dissidências políticas.

(Fonte: O Jogo)

08 janeiro 2009

República Checa defende entrada da Turquia na UE

O ministro checo dos Negócios Estrangeiros, Karel Schwarzenberg, defendeu hoje a adesão a prazo da Turquia à União Europeia, denunciando os "preconceitos" de muitos países do Ocidente contra os Turcos. "A República Checa está convencida de que um dia, a Turquia pode tornar-se membro da UE", declarou durante um encontro com jornalistas em Praga. "Mas devo insistir no facto de que, lamentavelmente, existem preconceitos na Europa Ocidental". Muitos países da Europa Ocidental têm "preconceitos contra os Turcos", continuou o ministro. "Devíamos tentar deixar cair esses preconceitos", salientou. Vários "antigos" Estados membros da UE, em particular a França, a Áustria e em menor medida a Alemanha, figuram entre os mais hostis à entrada da Turquia no bloco europeu. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considera que a Turquia não tem lugar na UE. Chegou mesmo a vetar a abertura de cinco dos 35 capítulos temáticos que balizam as suas negociações de adesão, por achar que estes capítulos estão directamente ligados a uma adesão. "A Turquia é de uma importância estratégica para a UE", continuou Schwarzenberg. Mas reconheceu que Ancara tem ainda um caminho a percorrer. "O processo de reformas perdeu vigor nos últimos anos, persistem problemas que têm de ser resolvidos", disse. "A Turquia deve aceitar as condições para se tornar um Estado europeu e cumprir os critérios", exortou. A Turquia começou em Outubro de 2005 a negociar a adesão à UE mas o ritmo dessas negociações é muito lento.

(Fonte: Lusa / Sic)

07 janeiro 2009

Solana deslocou-se à Turquia para impulsionar o plano egípcio em Gaza

O alto representante para a Política Externa e Segurança Comum da União Europeia (UE), Javier Solana, continuará em Israel e na Turquia os esforços diplomáticos para impulsionar o plano defendido pelo Egipto, a fim de superar a crise na Faixa de Gaza, informaram hoje fontes oficiais.
A porta-voz de Solana, Cristina Gallach, disse à Agência Efe, em conversa telefónica, que Solana se reunirá hoje com representantes israelitas, incluindo o ministro da Defesa, Ehud Barak, e à noite irá à Turquia para se encontrar com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ali Babacan.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, depois de se reunir ontem à noite com o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, anunciou um plano que busca uma trégua imediata entre Israel e os palestinianos da Faixa de Gaza, e posteriores consultas para resolver a crise a longo prazo.
Essas negociações incluem a possibilidade de se permitir a assistência humanitária para os habitantes de Gaza e a suspensão do bloqueio sofrido por esse território palestino há um ano e meio.
O plano do Egipto foi levado até ao Conselho de Segurança da ONU e, a princípio, conta com o apoio do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, dos Estados Unidos e do Reino Unido, entre outros países.
Com as conversações que realizará em Israel e Turquia, Solana "ajudará a impulsionar as ideias expostas pelo presidente Mubarak para encorajar os responsáveis israelitas a aceitarem-nas", disse a porta-voz.
Gallach acrescentou que Solana participou ontem à noite da reunião entre Mubarak e Sarkozy na localidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh, "para ajudar a construir os elementos do plano" do presidente egípcio.
O chefe da diplomacia europeia juntou-se na segunda-feira a uma missão da "troika" da UE no Oriente Médio presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros checo, Karel Schwarzenberg, que se deslocou pelo Egipto, Israel, Cisjordânia e Jordânia.
Depois, Solana viajou a Damasco e Beirute, para analisar com as autoridades sírias e libanesas as vias para conseguir um cessar-fogo em Gaza, e ontem à noite retornou ao Egipto.
"O objetivo de voltar a Israel é acompanhar os esforços diplomáticos de ontem", acrescentou a porta-voz de Solana.
O plano defendido pelo Egipto propõe, em uma primeira fase, aliviar a situação humanitária dos palestiniaos em Gaza por meio de uma trégua, e iniciar negociações entre Israel e Egipto, por uma parte, e entre o Egipto e o movimento palestiniao Hamas, por outra.
Nessas conversas, destacou Gallach, haverá a tentativa de "estabelecer claramente os elementos do cessar-fogo e o funcionamento dos acessos a Gaza, incluindo o tema dos controles dos acessos ilegais".
A intenção é que, mais adiante, as partes envolvidas desenvolverão outras negociações para analisar a fundo as causas que geraram esta crise e evitar que exploda novamente no futuro.
"Agora, é preciso ser colocado em andamento", acrescentou a porta-voz de Solana.

(Fonte: EFE)

06 janeiro 2009

Governo turco "devolve" nacionalidade ao poeta Nazim Hikmet

O governo turco aboliu hoje por decreto a decisão que, em 1951, retirou a nacionalidade turca ao poeta Nazim Hikmet, falecido em Moscovo em 1963.
A iniciativa equivale na prática a "devolver" a nacionalidade ao poeta depois de morto.
Nascido em 1901, Hikmet é considerado o mais famoso dos poetas turcos e um dos mais destacados do século XX.
Além de poeta, foi também dramaturgo, novelista e biógrafo. Activista político, passou no exílio ou na prisão muito tempo da sua vida adulta.
A sua detenção nos anos 40 deu origem a uma campanha mundial para a sua libertação em que participaram artistas e intelectuais como Pablo Picasso e Jean Paul Sartre.
No ano em que lhe retiraram a nacionalidade recebeu o Prémio Internacional da Paz atribuído pelo Conselho Mundial da Paz.
Segundo o vice-primeiro-ministro e porta-voz do governo de Ancara, Cemil Cicek, após a decisão de hoje, o túmulo de Hikmet poderá ser trasladado para a Turquia, "quando o desejar a sua família".
Num dos seus poemas, Hikmet escreveu que desejava ser enterrado num cemitério na Anatólia, e que não precisaria de lápide se ficasse debaixo de uma árvore.

(Fonte: Expresso)