31 julho 2008

Partido no poder escapa com aviso

Ao fim de três dias de deliberações, o Tribunal Constitucional turco decidiu ontem não dar provimento à queixa contra o partido no poder (Justiça e Desenvolvimento, AKP), acusado de "actividades anti-seculares". Com a decisão, os juízes evitam a dissolução do partido conservador islâmico. A eventual interdição da força política teria agravado a crise no país, com cenários imprevisíveis e, no mínimo, eleições antecipadas.
Na realidade, o AKP escapou por um triz da interdição. Dos 11 juízes do Tribunal Constitucional, seis votaram a favor da encerramento, menos um voto do que era necessário (maioria qualificada, sete).
Mesmo os cinco votos favoráveis consideraram que o partido tem "actividades anti-seculares", embora não em extensão que justifique abolir a formação. "Espero que o partido avalie o resultado e receba a mensagem que precisa de ouvir", ameaçou o presidente do Tribunal, Haşim Kılıç, que foi um dos que votaram a favor da penalização monetária.
Apesar do puxão de orelhas e da redução para metade dos financiamentos estatais, o AKP reagiu ontem com evidente alívio. O presidente do Parlamento, Köksal Toptan, membro do AKP, afirmou que a decisão teria impacto muito favorável na redução das tensões políticas. Segundo a CNNTürk, quando a decisão foi anunciada, houve aplausos na sede do AKP, na capital, Ancara.
A queixa não abrangia apenas o partido, mas também 71 políticos ligados ao movimento islâmico, incluindo o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan e o presidente Abdullah Gül, além de cinco ministros e 30 deputados. Todos arriscavam uma interdição de cinco anos de actividade política. Seria o equivalente à decapitação da elite no poder.
O AKP governa desde 2002 e define-se como conservador, embora tenha origens no movimento islâmico. No contexto da república secular fundada por Kemal Atatürk, em 1923, este partido é olhado com grande desconfiança pelos chamados kemalistas, que dominam a magistratura, o exército e os media. Uma iniciativa do Governo contra a lei que proíbe o uso de véu islâmico nos edifícios públicos foi a gota de água que esgotou a paciência dos republicanos. Os militares já estavam descontentes com as hesitações do Governo em permitir invadir o Iraque para perseguir separatistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
A tentativa de dissolver o partido no poder ocorreu numa altura de crise. No Domingo, explodiram duas bombas em Istambul, a maior cidade do país, matando 17 pessoas. O atentado foi atribuído ao PKK. E, nas últimas semanas, a Turquia foi abalada pelo escândalo Ergenekon, baptizado com o nome da rede ultranacionalista que visava desestabilizar o país para forçar os militares a fazerem um golpe de Estado.
Os dirigentes do AKP esperavam a decisão de dissolução e, no Domingo, os líderes encontraram-se num apartamento, em Ancara. Esta reunião juntou o primeiro-ministro e o presidente e produziu intensa especulação na imprensa turca.
Fontes do AKP têm tentado passar a ideia de que foi discutido o atentado de Istambul, mas a reunião começou antes das explosões. Erdoğan e Gül falaram de cenários da dissolução do partido, escreve o influente Hürriyet. Cenários que por enquanto não será necessário concretizar.

(Fonte: DN)

Igreja na Turquia pede democracia

“Não há alternativas à democracia.” Foi o que declarou D. Luigi Padovese, vigário apostólico de Anatólia e presidente da Conferência Episcopal Turca, no dia seguinte ao massacre (17 mortos) que aconteceu no Domingo passado em Istambul, após a explosão de duas bombas.
Em declarações publicadas por "L'Osservatore Romano", o bispo fala de “sentimentos de apreensão” e recorda que o Tribunal Constitucional turco reuniu-se para decidir sobre a proibição ao partido do governo, AKP, acusado de querer introduzir a lei islâmica no pais laico de maioria muçulmana.
“Estamos à espera da sentença do Tribunal Constitucional", afirmou o prelado. "Estas bombas têm um carácter muito evidente, o de desestabilizar uma situação que já é bastante inquieta. Está claro que um dia antes da sentença, isso se interpreta assim. O apelo que podemos lançar vale menos que nada. Inclusive porque não somos uma realidade tão representativa. O apelo é para o prevalecimento da democracia dentro deste país”, reconhece.
Segundo D. Padovese, os problemas que há “estão ligados a posições de poder. Existe a necessidade de salvaguardar a laicidade e ao mesmo tempo o direito a dar a essa laicidade uma expressão democrática. Uma democracia representa sempre riscos, mas não há alternativas à democracia. Até agora, a situação da Turquia permaneceu nesta imobilidade precisamente pelas forças de poder que se opõem”, concluiu.
A decisão do Tribunal Constitucional da Turquia, tornada pública na passada quarta-feira, foi a de não ilegalizar o partido do Governo, apesar de o ter penalizado com a retirada de ajudas públicas.

(Fonte: Zenit)

29 julho 2008

Turquia enterra as 17 vítimas dos atentados de Istambul


Autoridades e parentes das vítimas dos atentados ocorridos no Domingo em Istambul, participaram no funeral colectivo das vítimas na segunda-feira.
Dezassete pessoas morreram e 150 ficaram feridas nos ataques. Os atentados foram atribuídos aos rebeldes curdos que negaram a autoria.

(Fonte: Globo)

28 julho 2008

Dezassete mortos e mais de 150 feridos em duplo atentado em Istambul

A explosão de duas bombas matou no Domingo 17 pessoas e feriu mais de 150 no bairro periférico de Güngören, em Istambul
O número de mortos foi confirmado pelo governador civil de Istambul que afirmou tratar-se de um atentado terrorista.
O primeiro engenho, de acordo com a cadeia televisiva turca NTV, deflagrou numa cabina telefónica situada numa movimentada artéria daquele bairro.
Dez minutos depois, o segundo provocou uma forte onda de choque nas imediações e causou mais vítimas devido à aproximação das pessoas que se começavam a juntar para ver o que se tinha passado.
Um grande número de viaturas de bombeiros e ambulâncias juntou-se no local, fechado por um cordão policial.
O atentado não foi reivindicado, mas as autoridades não têm dificuldades em atribuir a culpa ao grupo separatista PKK, que integra a lista de organizações terroristas da Europa e dos Estados Unidos.
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) tem estado sob a mira do Exército turco no norte do Iraque e este duplo atentado é visto como uma retaliação, já que a organização anunciou uma campanha de terror nas principais cidades turcas.

(Fonte: Visão Online)

24 julho 2008

Duas crianças morreram vítimas de explosão de mina no sudeste da Turquia

Duas crianças morreram e outras duas ficaram gravemente feridas devido à explosão de uma mina na província de Diyarbakır, no sudeste da Turquia, informou nesta quinta-feira (24) a agência "Doğan".
O governador de Lice, Ömer Kalaylı, disse que as crianças que morreram, de 10 e 12 anos, accionaram o mecanismo detonador da mina nas cercanias da aldeia onde viviam.
O estado das duas crianças feridas no mesmo incidente é crítico, segundo a mesma fonte.
O ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) utiliza frequentemente as minas na região contra as forças de segurança turcas.

(Fonte: Globo)

23 julho 2008

Chipre: negociações para a reunificação da ilha retomadas em Setembro

Os líderes grego e turco da ilha dividida de Chipre vão começar as conversações de paz em Setembro, adiantou hoje em entrevista à CNN Turquia o chefe cipriota turco Mehmet Ali Talat. 

As negociações têm como objectivo pôr fim a um conflito que se arrasta há décadas e que impede a parte turca da ilha dividida de se juntar à União Europeia. 

No início deste mês, o Presidente cipriota grego, Demetris Christofias, tinha já indicado que os líderes cipriotas turco e grego iriam decidir no dia 25 de Julho reatar as negociações directas de reunificação.

“Elas [as negociações] vão começar em Setembro”, afirmou Talat quando questionado acerca da data e da eventualidade das negociações. 

A ilha do Mediterrâneo ficou dividida depois da invasão turca de 1974 em resposta a um breve golpe de Estado de inspiração grega. 

O sul da ilha, controlado pela parte grega, está integrado na União Europeia, ao passo que a parte norte está de fora do grupo dos 27. 

As negociações de paz pela reunificação da ilha estão empatadas há quatro anos e desde a sua eleição, em Fevereiro, que Christofias já manteve vários encontros com Talat a fim de retomar as conversações.

Christofias é encarado como mais conciliador que o seu predecessor Tassos Papadopoulos. 

Quer os Gregos quer os Turcos concordam com uma federação comunal de duas zonas mas diferem na maneira de o fazer.

(Fonte: Público / Reuters)

Fernando Meira assina pelo Galatasaray


O futebolista internacional português Fernando Meira, que esta semana deixou os Alemães do Estugarda, vai "virar uma nova página" na carreira e representar o Galatasaray, anunciou hoje o clube turco no seu site. "Virei uma nova página na minha carreira ao assinar por este prestigiado clube", afirmou Fernando Meira, de 30 anos, que aceitou um contrato para representar os Turcos por três épocas, mais uma de opção. Meira, que vai auferir cerca de 1,2 milhões de euros anuais, afirmou conhecer bem as aspirações do Galatasaray, "não só a nível interno como a nível europeu", onde os Turcos vão disputar a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. "O meu objectivo antes de me mudar para o Galatasaray era assinar um contrato de longa duração com um clube de alto nível", referiu o jogador, que deverá formar dupla com Servet Çetin no centro da defesa do clube de Istambul. Fernando Meira traçou ainda como objectivos "vencer o campeonato turco e representar Portugal no Campeonato do Mundo de 2010". O central português, que também pode alinhar no meio-campo, iniciou a sua carreira no Vitória de Guimarães em 1995/96, tendo sido depois transferido para o Benfica em 2000, chegando a envergar a braçadeira de "capitão". Em Janeiro de 2002, transferiu-se para o Estugarda, por 7,5 milhões de euros, tendo conquistado a Bundesliga em 2006/07 e somado dois golos nos 176 jogos realizados no campeonato alemão. Haldun Ustunel, administrador do Galatasaray, afirmou que o clube continua a estudar a aquisição de mais reforços, mas descartou o interesse na contratação do Francês Sjibril Cisse e no Argentino Hernan Crespo. "Estamos a trabalhar no sentido de contratar jogadores que trabalhem para os objectivos da equipa", referiu Haldun Ustunel, acrescentando que "o Galatasary acordou com todas as exigências de Meira". O presidente do clube turco, Adnan Polat, obrigado a encurtar as suas férias devido à contratação do Português, considerou que Fernando Meira "é um jogador importante, que irá representar o Galatasaray por muitos anos".

(Fonte: Público)

21 julho 2008

Engenheiros turcos sequestrados no Afeganistão são libertados

Os dois engenheiros turcos sequestrados em 14 de Julho no Afeganistão foram libertados e chegaram hoje ao seu país natal, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia.
Segundo a agência de notícias estatal "Anadolu", os engenheiros Gökhan Gül e Erhan Gündüz voaram hoje para a cidade de Trebisonda (norte), e de lá para Ancara, após terem permanecido uma semana em cativeiro.
Os dois homens, funcionários de uma empresa de construção da zona ocidental do Afeganistão, foram sequestrados na semana passada quando viajavam de carro para a aldeia de Islam Kuala, próxima à fronteira com o Irão, e numa área não controlada pelos talibãs.
O automóvel foi encontrado mais tarde com os passaportes de ambos no seu interior.
Ainda não se sabe se a libertação dos sequestrados aconteceu mediante o pagamento de resgate ou através de uma negociação.
No entanto, a Polícia afegã, citada pela cadeia turca "NTV", assegurou que a construtora para a qual trabalhavam os engenheiros sequestrados, Gülsen Insaat, terá custeado o resgate, embora não tenham sido revelados detalhes sobre a quantia paga.
Nos últimos meses, o sequestro de Afegãos com alto poder de compra e de estrangeiros transformou-se num grande negócio para os grupos armados do país.
A Turquia tem no Afeganistão cerca de 1.300 soldados que não participam em combates contra os insurgentes.

(Fonte: EFE)

Teerão e Grupo 5+1 pedem ajuda à Turquia

O Irão e as seis potências envolvidas nas negociações do programa nuclear iraniano solicitaram ajuda à Turquia, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ali Babacan.
A Turquia não tem missão formal de mediação mas assumirá um papel “de consolidação e de facilitação” das negociações, indicou Babacan depois de se ter encontrado Domingo em Istambul com o negociador iraniano, Said Jalili, quando regressava de uma ronda de negociações em Genebra com os representantes dos seis. O Alto representante para a Política Externa da União Europeia, Javier Solana, que participou na reunião de Genebra, e Jalili “disseram que teriam outro contacto daqui a várias semanas”, declarou Babacan. “Daqui até lá, os nossos contactos com as duas partes vão continuar”, declarou, adiantando que é um “requisito que vem das duas partes”. Membro da NATO e candidato à adesão à UE, a Turquia, que mantém boas relações com o vizinho iraniano, “tem meios para dialogar facilmente com as partes”, defendeu Babacan. Além de Solana, Jalili encontrou-se Sábado em Genebra com os representantes do grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e da Alemanha para tentar encontrar uma solução para a crise. Apesar da presença inédita de um alto responsável norte-americano, o sub-secretário de Estado, William Burns, as negociações não se traduziram em quaisquer avanços reais. Os seis, que apresentaram propostas de cooperação a Teerão para solucionar a crise nuclear em troca da suspensão do enriquecimento de urânio, suspeitam que o Irão quer utilizar o programa nuclear civil para fabricar a bomba atómica.

(Fonte: Lusa / Açoriano Oriental)

15 julho 2008

Unilever vende negócio de azeite na Turquia

A Unilever anunciou recentemente a assinatura de um acordo definitivo para a venda da Komili, a marca líder de azeite na Turquia, à Ana Gida, pertencente ao Anadolu Group, por um valor não divulgado.
A transacção que terá de conhecer a aprovação das entidades competentes, deverá estar concluída até ao final de 2008, avançando o comunicado da Unilever que a Komili gerou, em 2007, um 'turnover' de aproximadamente 26 milhões de euros.
Esta venda faz parte da estratégica de desinvestimento anunciada pela Unilever, tendo a multi-nacional anunciado que pretende desfazer-se das marcas que considera não-estratégicas e que geram vendas na ordem dos 2 mil milhões de euros.

(Fonte: Hipersuper)