27 fevereiro 2008

Turquia nega acordo com os EUA mas reconhece apoio

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, negou ontem que a incursão militar turca no norte do Iraque contra as bases do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) seja o resultado de um acordo com os Estados Unidos, embora tenha reconhecido a ajuda dos serviços de inteligência do Pentágono.
Diversos analistas, generais reformados e meios de comunicação turcos acreditam que a autorização enviada ao Exército turco para que entrasse no Iraque e atacasse os militantes do PKK foi dada pelos EUA em troca do apoio turco contra o Irão. "A Turquia nunca daria um passo como este em troca de um acordo", defendeu-se Erdoğan em discurso dirigido ao seu grupo parlamentar em Ancara. "A nossa única referência na luta antiterrorista é o direito internacional. Estamos a actuar de acordo com o direito internacional, mas durante esse processo estamos a consultar os EUA e a administração iraquiana", acrescentou. O primeiro-ministro turco afirmou que o seu país "aprecia" a informação de espionagem sobre as posições do PKK que o Pentágono envia à Turquia desde Novembro.
Na cidade de Van, no sudeste da Turquia, nacionalistas curdos concentraram-se para protestar contra a operação militar turca em frente à sede do Partido da Justiça e o Desenvolvimento (AKP, no Governo). A Polícia tentou dispersar os protestantes que cantavam slogans a favor do PKK lançando gás lacrimogéneo, o que resultou em confrontos que causaram ferimentos em cinco manifestantes e num polícia, para além de dezenas de detenções. A agência pró-curda "Firat", informou que no bairro de Ümraniye, em Istambul, com grande número de população curda, dois automóveis foram queimados e uma sede bancária foi atacada por simpatizantes do PKK.
(Fonte: EFE)

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