29 janeiro 2008

Começou o julgamento de um professor acusado de insultar Atatürk


O julgamento de um professor turco acusado de ter insultado o fundador da República Turca, Mustafa Kemal Atatürk, tem ontem início, apesar das pressões da União Europeia para que o Governo de Ancara reveja as suas leis a favor da liberdade de expressão.
O professor Attila Yayla enfrenta o tribunal por ter sugerido que os primeiros anos da república não foram tão progressistas como as instituições os definem.
O promotor público pede uma sentença de cinco anos de prisão efectiva para Attila Yayla, arguido num processo que volta a lançar a polémica dos limites da liberdade de opinião, um conceito-chave na União Europeia, à qual Ancara se pretende juntar como membro de pleno direito.
O professor Yayla é acusado de "insultar Atatürk" - o fundador da Turquia moderna - depois de ter indicado que, politicamente, os primeiros anos da República foram pouco progressivos politicamente, e de ter alertado para a hipótese de os Europeus se começarem a questionar acerca da omnipresença de fotografias e estátuas de Atatürk, à medida que o país se aproxima da UE.
O professor foi vilipendidado pela imprensa turca e suspenso do seu trabalho, na Universidade de Ancara. Yayla, conhecido pelo seu liberalismo, nega a acusação de insulto e alega que os académicos têm de ver garantida a liberdade de expressão, a fim de poderem levar a cabo as suas pesquisas.
Este julgamento acontece numa altura em que o Parlamento turco se prepara para debater um polémico artigo que restringe a liberdade de expressão e que tem sido utilizado para julgar escritores e intelectuais, incluindo o Prémio Nobel da Literatura Orhan Pamuk, que se pronunciou sobre o alegado genocídio arménio.

Fonte: Notícias da Turquia / Público)

1 comentário:

Anónimo disse...

É inconcebível que um professor seja julgado por ter se manifestado e criticado qualquer que seja o político ou o regime. Liberdade de expressão sempre!