01 dezembro 2007

Turquia afirma ter lançado operação contra terroristas curdos no norte do Iraque


As tropas turcas afirmaram ter lançado hoje uma operação militar contra rebeldes curdos no Norte do Iraque, numa “intervenção intensa”, que envolveu helicópteros, artilharia e forças especiais.
Um oficial das tropas turcas avançou que perto de 100 elementos das forças especiais atravessaram a fronteira para o território iraquiano para atacar um grupo de “50 a 60 terroristas” do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um dia depois do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, ter anunciado ao seu Governo que tinha autorizado a operação. “Uma intervenção intensa foi infligida no grupo e confirma-se que o grupo terrorista sofreu pesadas baixas”, afirma o Exército turco no seu site.
Um elemento do PKK, que falou à agência Reuters, sob condição de anonimato, em Sulaimaniya, no Norte do Iraque, afirmou que os rebeldes não sofreram qualquer ataque. “As notícias sobre a incursão turca e bombardeamentos não são verdadeiras. Não houve qualquer incursão turca no norte do Iraque”, reforçou a mesma fonte.
Também em Bagdad, o Exército norte-americano afirma não dispor de qualquer informação que confirme a existência de tal operação.
No mesmo comunicado avançado hoje, as tropas turcas sustentam que “a primeira operação foi desenvolvida a 1 de Dezembro de 2007” e que “as operações vão continuar. As operações que serão desenvolvidas apenas têm como alvo a organização terrorista do PKK e não são contra o povo que vive no norte do Iraque ou os grupos locais, enquanto estes não cometerem actos hostis contra as forças armadas turcas”, sublinha o comunicado.
A Turquia estima que milhares de militantes do PKK, tolerados ou mesmo apoiados pelas autoridades do Curdistão iraquiano, utilizem a zona como base recuada para lançar ataques contra alvos militares no sudeste da Turquia, de população maioritariamente curda.
A Turquia, que dispõe do segundo maior exército da NATO em efectivos (515 mil soldados) depois dos Estados Unidos, mobilizou 100 mil dos seus homens para a fronteira iraquiana, ao longo de 380 quilómetros. O PKK, que dispõe de cerca de 5000 rebeldes, 3500 dos quais na região montanhosa iraquiana, desenvolve uma luta armada desde 1984 pela autonomia da zona este e sudeste da Turquia, que já fez 37 mil mortos.

(Fonte: Público /AFP / Reuters)

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