23 outubro 2007

Sobre o PKK


O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) é, desde sua fundação, em 1978, um dos maiores problemas da Turquia, que novamente analisa a possibilidade de lançar uma ofensiva militar contra as bases do movimento no norte do Iraque.

De inspiração marxista-leninista, o PKK foi fundado por Abdullah Ocalan para que fossem reconhecidos os direitos dos 15 milhões de curdos da Turquia, alguns tão básicos como o uso do próprio idioma. O movimento iniciou a luta armada para conseguir a independência do Curdistão em 1984, e, desde então, cerca de 37 mil pessoas morreram num conflito que também deixou dezenas de milhar de aldeias destruídas e centenas de milhar de deslocados no sudeste e no leste da Turquia, de maioria curda. As reivindicações independentistas do PKK, foram alteradas na década de 90 pelas de uma forte autonomia, uma amnistia para os milhares de presos e a possibilidade de participar na vida política. Ocalan foi detido em 1999 no Quénia, após vários anos de exílio na Síria, de onde teve de fugir devido a pressões turcas. Foi condenado à morte, mas teve a pena comutada para prisão perpétua. Na primeira audiência do seu julgamento, Ocalan pediu perdão aos familiares dos mortos pelo PKK e pediu à guerrilha que depusesse as armas. A captura de Ocalan marcou uma nova época no PKK, que decretou um cessar-fogo unilateral e adoptou várias medidas destinadas a melhorar a sua imagem internacional. Após mudar várias vezes de nome, acabou retomando o original. A Turquia, que, assim como os Estados Unidos e União Europeia, considera o PKK uma organização terrorista, negou-se a reconhecer a trégua e a negociar. O grupo armado retomou os ataques em 2004 e, após uma nova trégua unilateral em 2006, intensificou as suas acções violentas nos últimos meses. Actualmente o principal responsável militar do PKK é Murat Karayilan, que tem a sua base nas montanhas do norte do Iraque, enquanto a ala política está representada pelo Parlamento curdo no exílio, com sede em Haia. A Turquia já realizou operações no norte do Iraque, onde Ancara acredita que o PKK tem cerca de 3.500 combatentes. As acções foram realizadas em 1992, 1995 e 1997, desta vez em grande escala, com 50 mil soldados a cruzarem a fronteira. Nas regiões montanhosas, que o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein não conseguiu dominar, também se acredita que estejam escondidos milicianos do Pejak, organização que luta pelos direitos dos curdos no Irão.

(Fonte: EFE)

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