31 julho 2007

EUA preparam operação contra os rebeldes curdos da Turquia


A Administração Bush quer evitar a abertura de uma nova frente de violência no Iraque e, por isso, está a preparar uma operação encoberta para ajudar os Turcos a neutralizar os independentistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O plano foi ontem especificado no jornal Washington Post, na coluna do jornalista Robert D. Novak, o mesmo que revelou a identidade da agente da CIA Valerie Plame como operacional em armas de destruição maciça. O caso acabou por levar à condenação de Lewis 'Scooter' Libby, assessor do vice-presidente Dick Cheney.
Há meses que o Exército da Turquia anda a ameaçar invadir militarmente o Norte do Iraque para combater os rebeldes do PKK. Estes preparam ataques a alvos turcos com o apoio dos Curdos iraquianos, que por sua vez são aliados dos EUA. O próprio primeiro-ministro turco, o islamita moderado Recep Erdoğan, sugeriu uma eventual incursão contra os Curdos no Iraque antes da sua reeleição nas legislativas do dia 22. "Esperamos não ter de fazê-lo. Esperamos que os nossos aliados comecem a fazer alguma coisa, mas caso não façam não temos escolha. Os nossos aliados devem ajudar-nos com esta ameaça, que é clara e presente", afirmou o conselheiro de Erdoğan para a política externa, Egemen Bağış, citado pelo Sunday Telegraph. Ancara vive alarmada com o exemplo iraquiano, ou seja, o desenvolvimento de uma entidade autónoma curda dentro do Iraque, possível graças ao derrube do regime de Saddam Hussein em 2003. À medida que o poder dos Curdos cresce dentro do Iraque, lembra Novak, a Turquia teme o regresso da antiga ideia de criar um Curdistão. Isto implicaria perder o controlo sobre algumas zonas do seu país, uma vez que os Curdos se encontram espalhados pela Turquia, Iraque, Irão, Síria, Azerbaijão e Arménia.
A Turquia conta com 20 milhões de Curdos em 70 milhões de habitantes. Nas últimas três décadas a guerra com o PKK matou 40 mil Turcos, tendo 76 soldados morrido este ano. A questão curda tem sido um dos argumentos usados pelo Presidente da França, Nicolas Sarkozy, para rejeitar a adesão da Turquia à UE. "Ninguém na Europa quer um problema chamado Curdistão", disse em Maio, num debate televisivo. Neste momento a Turquia tem 250 mil militares bem treinados na fronteira com o Iraque, e o PKK quatro mil rebeldes escondidos nas montanhas do Norte desse país. Qualquer intervenção turca em território iraquiano levaria o Governo regional do Curdistão a alinhar com o PKK , o pior pesadelo dos EUA. É por isso que estão a preparar uma operação enconberta para evitar um confronto de consequências desastrosas entre dois aliados seus. A intervenção, revelada a um grupo restrito de senadores americanos, na semana passada, em Capitol Hill, prevê a captura dos líderes do PKK. O briefing foi feito por um ex-assessor de Cheney, Eric Edelman, actualmente subsecretário para a polícia de defesa americana.
(Fonte: DN)

25 julho 2007

Irão considera a vitória do AKP na Turquia um "despertar islâmico"

O Irão felicitou o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) pela vitória nas eleições de Domingo, que considerou um "sinal do despertar islâmico no mundo todo".
O presidente do Parlamento iraniano, Gholamali Haddad Adel, afirmou que nestas eleições "os muçulmanos da Turquia deram um voto positivo a favor da cultura islâmica".
Adel ressaltou que "o que aconteceu na Turquia pode ocorrer em qualquer outro país livre", referindo-se à maioria obtida pelo AKP.
O ministro iraniano dos Negócios EStrangeiros, Manushehr Mottaki, já tinha felicitado o seu homólogo turco, Abdullah Gül, a quem expressou o desejo de Teerão de fortalecer as relações de cooperação política e económica bilateral.

(Fonte: EFE)

24 julho 2007

Férias

Este blogue tem estado de férias e assim vai continuar até ao dia 12 de Agosto. Até breve!

23 julho 2007

Durão Barroso felicita Erdoğan


O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, felicitou hoje Recep Tayyip Erdoğan pela "impressionante vitória" alcançada Domingo nas eleições legislativas turcas, recordando o compromisso pessoal do primeiro-ministro turco relativamente à União Europeia.
Numa mensagem hoje divulgada em Bruxelas, José Manuel Durão Barroso salienta que esta maioria absoluta de Erdoğan "ocorre num momento importante para o povo da Turquia, quando o país leva a cabo reformas políticas e económicas".
Lembrando o "compromisso pessoal" do primeiro-ministro turco relativamente a um "movimento sustentado rumo à União Europeia", Durão Barroso desejou a Recep Tayyip Erdoğan "todo o sucesso neste seu novo mandato".
De acordo com resultados ainda provisórios, quanto está praticamente concluída a contagem dos votos, o AKP, partido islâmico no poder na Turquia, obteve 46,3 por cento dos votos nas legislativas de Domingo.
Segundo as cadeias televisivas, o AKP de Erdoğan terá 339 deputados no Parlamento de 550 lugares, uma maioria absoluta que lhe permitirá formar o próximo governo.
Nas últimas legislativas, em 2002, o AKP tinha obtido 34 por cento dos votos.

(Fonte: Portugal Diário)

Washington congratula-se com a vitória de Erdoğan

A administração norte-americana considerou hoje que as eleições legislativas na Turquia foram "livres e justas" e excluiu a hipótese das Forças Armadas turcas contestarem os resultados.
"Trata-se de eleições livre e justas e a Turquia permanece um aliado importante dos Estados Unidos, pelo que a felicitamos", declarou o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.
Questionado sobre se Washington teme uma possível reacção dos militares turcos, ligados à laicidade da Turquia, depois da vitória do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), saído do movimento islamita, Snow respondeu que nada faz antever uma reacção do Exército.
O AKP, do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, venceu as eleições legislativas de Domingo com maioria absoluta, ao obter 46,4% dos votos, o que lhe permite controlar 340 dos 550 assentos do Parlamento.
Na sequência das eleições, Erdoğan apresentou hoje a demissão, uma formalidade para que o presidente lhe peça para formar um novo governo.

(Fonte: Diário Digital)

22 julho 2007

Vitória esmagadora de Erdoğan nas eleições legislativas


O primeiro-ministro da Turquia congratulou-se com a vitória esmagadora alcançada pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) nas legislativas de hoje e apelou aos Turcos para se unirem e respeitarem os valores republicanos.
"Não iremos fazer qualquer concessão sobre os princípios base da República", afirmou Recep Tayyip Erdoğan na sua primeira intervenção pública após o fecho das urnas. Erdoğan prometeu ainda avançar com medidas económicas e reformas democráticas, de forma a aproximar a Turquia dos critérios da União Europeia, cujas negociações de adesão estão num impasse desde 2005.
Segundo resultados não oficiais anunciados pelas televisões CNN-Türk e NTV, o partido no poder na Turquia, com origem no movimento islamita, obteve uma vitória esmagadora nas legislativas de hoje face à oposição pró-laica. O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan (53 anos) estava com uma votação de 47,6 por cento quando estavam contados 80 por cento dos votos, obtendo maioria absoluta no Parlamento, segundo as mesmas fontes. Em segundo lugar aparecia o principal partido da oposição pró-laica, o Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), com 20 por cento dos votos. O Partido do Movimento Nacionalista (MHP), que tem posições duras contra a União Europeia, entre outras, ficou em terceiro, com 14,4 por cento dos votos, o que lhe permitirá voltar ao Parlamento.
As projecções das televisões mostram que o AKP deverá eleger 334 deputados na Assembleia Nacional, num total de 550 lugares. Estes resultados vão permitir ao AKP formar governo sozinho. Nas legislativas de 2002, tinha conseguido 34 por cento dos votos e 351 deputados.
Os partidos têm de conseguir um mínimo de dez por cento dos votos ao nível nacional para poderem estar representados no Parlamento turco.

Turquia vai a votos

As eleições gerais que hoje decorrem na Turquia são vistas como um teste vital à secularidade do país. O sufrágio foi antecipado pelo primeiro-ministro, Recep Erdoğan, que tenta assim pôr fim à crise política iniciada em Maio passado quando o Parlamento falhou sucessivamente a nomeação de um candidato presidencial.
Na altura o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, AKP, de raiz muçulmana moderada, visto pela oposição como um bastião do radicalismo islâmico num país secularista – acusações sempre negadas por Erdoğan –, tentou que o escolhido fosse Abdullah Gül, que tem a pasta dos Negócios Estrangeiros. A tentativa falhou e atirou o país laico para uma crise política, onde até as altas chefias do exército ameaçaram pegar em armas caso Gül fosse o eleito.
Agora a Turquia encontra-se novamente numa encruzilhada, com os especialistas a vaticinarem, que estas são as eleições mais importantes dos últimos 25 anos.
Uma vez que a Turquia é um eterno candidato a fazer parte da UE, Bruxelas que acompanha toda esta movimentação já disse que não vai tolerar a asfixia dos valores democráticos, nem tão pouco dar qualquer tipo de encobrimento às ameaças dos militares, que se encaram como a guarda pretoriana do laicismo turco.
Os 42 milhões de eleitores também sabem que há muito em jogo, alguns deles interromperam as férias para dar o seu contributo no que defendem ser “a protecção dos valores seculares”, segundo afirmou um repórter da BBC.

São 14 os partidos que lutam pelos 550 lugares no parlamento de Ancara, mas unicamente os laicos do Partido Republicano do Povo, CHP, e os extremistas de direita do Partido do Movimento Nacional, MHP, devem ultrapassar a fasquia dos 10 por cento. As previsões apontam ainda alguns lugares no parlamento que deverão ser garantidos por candidatos independentes pró-curdos. No fim deverá ganhar o AKP de Erdoğan, por quanto é que ainda não se sabe.
O partido, acusado de querer paulatinamente transformar o estado laico turco numa teocracia ao estilo iraniano, continua a gozar de um grande apoio popular. Foi debaixo do seu governo que a economia do país mais floresceu e que finalmente se iniciaram conversações para a entrada da Turquia na UE, algo que o país tentava há décadas sem grande sucesso.
Os partidos, especialmente os mais extremistas, valem-se do sentimento crescente de descontentamento em relação à UE, bem como dos enraizados valores nacionalistas contra os separatistas curdos e de uma cada vez mais eminente invasão do norte do Iraque.

(Fonte: Expresso)

Eleições na Turquia: O fantasma de Atatürk contra o fantasma do islamismo

Um jovem de T-shirt, um homem de camisa, uma mulher de calças, outra de saia comprida e véu islâmico. Em fila esperam para votar. O jovem aproxima-se da urna e esta foge-lhe repetidamente. Os outros vêm em seu auxílio e seguram a urna escorregadia tempo suficiente para que ele consiga votar. Da urna sai a lâmpada brilhante símbolo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP). O filme passa em ecrãs plasma que descem do tecto do Grande Bazar de Istambul.
As ruas cobertas do bazar quase escapam à loucura de uma campanha que no resto da cidade cega de cartazes e bandeiras e ensurdece pela música que sai dos altifalantes de centenas de carrinhas. É Domingo, 15 de Julho. O comício do AKP está marcado para as 17 horas em Kazlisçesme, nos arredores, junto à linha de comboio que corre ao longo das muralhas bizantinas. A máquina do AKP está bem oleada e os homens atrás das bancas de campanha nas estações do centro correm a garantir que ninguém perde os últimos comboios. Já não é preciso pagar bilhete. E no interior das carruagens não se respira. Centenas de milhares de pessoas de todas as idades, como no filme de campanha. Em proporção, mais mulheres com véu islâmico do que no filme. Um mar de bandeiras e balões e um ambiente de festa popular. Quando o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan se avista ao lado a mulher, Emine, é gritado e aplaudido o seu nome. "Vão votar pelas liberdades ou naqueles que as bloqueiam?", pergunta com voz rouca à multidão. Entre as respostas, uma sublinha que as tensões políticas na Turquia não acabam hoje à noite, quando forem anunciados os resultados das legislativas antecipadas. "Çankaya será nossa!" Çankaya é a freguesia de Ancara que alberga toda a burocracia do poder. Em Abril, quando se aproximava o fim do mandato do actual Presidente, o AKP, que desde 2002 governa com maioria, nomeou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Gül, candidato a presidente da república. Foi o único candidato e viu a eleição sucessivamente boicotada pelos deputados da oposição, que alegaram a inexistência de quórum. Segundo a oposição, a presidência era a peça que faltava para o AKP deixar cair a máscara. Porque, garante, o verdadeiro programa do partido que conduziu a Turquia à abertura de negociações de adesão com a União Europeia é a sharia (lei islâmica).
Gül também está no comício. Ao contrário de Erdoğan, chegou sem a mulher, Hayrunisa. Ambas usam véu islâmico. Atrás, os candidatos por Istambul estão alinhados no palco. Há muitas mulheres mas nenhuma usa véu islâmco. Enquanto Gül tentava ser eleito, em Abril e Maio, mais de quatro milhões de turcos saíram à rua. Munidos de bandeiras da Turquia e de imagens de Mustafa Kemal Atatürk, o general que em 1923 fundou a República turca, gritaram que não queriam o véu de Hayrunisa no Palácio Presidencial. O Exército, que já fez cair governos, reafirmou o seu papel de "defensor do secularismo", avisando contra intrusões islamitas. Jovens, modernos e religiosos como o blogger e editor de um dos diários de língua inglesa de Istambul, Mustafa Akyol, garantem que não era do véu de Hayrunisa que os manifestantes tinham medo. Atrás das bandeiras de Atatürk, assegura, marchavam os receios de perda de privilégios de uma elite herdeira da revolução kemalista e habituada a governar. Uma elite com medo das fronteiras não europeias do país, medo dos empreendedores que formam a nova classe média e vêm do interior da Turquia.
No último dia de campanha, numa sede do Partido Republicano do Povo (CHP), funcionários e militantes falam como se o partido, ou o partido de Atatürk como alguns preferem, ainda pudesse ganhar. Como se disso dependesse o futuro da Turquia. "Estas eleições são muito, muito importantes. O laicismo é muito importante para a República turca", diz Muzaffer Gürboga, professor de Química reformado. Aponta para uma fotografia de mulheres de negro da cabeça aos pés, túnica e véu, apenas os olhos a descoberto. Legenda: "Nem Irão nem Paquistão. Isto é Istambul". Ao lado de Gürboga, Erkan, motorista dos serviços municipais de 28 anos, queixa-se das privatizações e diz que a saúde ficou mais cara. Asil Kaya, licenciado em História, exibe o cartão de militante e aponta para o braço onde tatuou a sua crença mais segura: o rosto de Atatürk. O CHP não vai ganhar as eleições. As sondagens indicam que ficará acima dos 20 por cento, enquanto que prevêem para o AKP entre 38 e 48 por cento. "Algumas pessoas têm uma mentalidade muito religiosa. Estão cegas. E há pessoas sem dinheiro a quem eles podem ter dado alguma coisa", justifica Muzaffer Gürboga.
Nas ruas de Istambul, um dos cartazes do Partido da Acção Nacionalista (MHP), o terceiro da Turquia, destaca-se do vermelho e branco dominantes. O vermelho mantém-se, mas escureceu, em redor há negro e no centro está a palavra "terror". É uma bandeira fácil de agitar: quase todos os dias morre um soldado no Sudeste do país em confrontos com os independentistas curdos do ilegalizado PKK. O Exército exige uma incursão em larga escala no Curdistão iraquiano, onde estarão 3000 combatentes. Apesar do aumento de votos que o AKP deverá conseguir, é previsível que mais partidos entrem no Parlamento, o que pode impedir uma maioria absoluta. Colocam-se todas as possibilidades: uma grande coligação AKP-CHP ou a união do CHP com a extrema-direita do MHP. Mas Cengiz Aktar, director do Centro de Estudos Europeus da Universidade de Bahçeşehir de Istambul, antecipa uma aliança entre o AKP e o Partido da Sociedade Democrática (DTP), quase todos curdos e a concorrerem como independentes. Mesmo nesse cenário - islamitas e curdos unidos para decidirem, por exemplo, o nome do próximo presidente -, não acredita num golpe de Estado: "O país cresceu demasiado, os militares não têm como controlá-lo. Mas podem destruir o equilíbrio na fronteira com o Iraque para imporem a sua presença na política."

(Fonte: Público com alterações)

Durão Barroso considera que a Turquia não está apta para aderir à UE

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considera que a Turquia ainda não está apta para aderir à UE e que isso não irá acontecer "nem amanhã nem depois de amanhã". Em entrevista a um jornal grego, Durão Barroso pediu, contudo, que as portas não sejam fechadas aos Turcos.
"Sejamos honestos. A Turquia não está pronta para ser membro da UE nem a UE está pronta para aceitar a Turquia como membro. Nem amanhã nem depois de amanhã", afirmou Durão Barroso ao jornal Kathimerini.
Apesar de considerar que a Turquia ainda não pode entrar na UE, o ex-primeiro-ministro português quer que os Estados-membros não fechem as portas à Turquia.
"Gostaria de pedir à França e todos os Estados-membros para que não mudem a decisão que tomámos e continuem as negociações", continuou Barroso, numa referência ao facto de o presidente francês, Nicolas Sarkozy, se opôr à entrada da Turquia na União.
As declarações surgem no dia em que os Turcos vão às urnas para participar nas legislativas antecipadas, um acto eleitoral em que o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do primeiro-ministro Recep Erdoğan, é o favorito.

(Fonte: Diário Digital)

21 julho 2007

Turquia prepara as eleições

Ultimam-se os preparativos para o escrutínio na Turquia, que tanta tinta tem feito correr a propósito da manutenção ou não do Estado laico e da aproximação ou afastamento da Europa. Os Turcos no estrangeiro já começaram a votar. Na Turquia, a eleição decorre no Domingo. O Partido da Justiça e do Desenvolvimento, o AKP, no governo, está bem posicionado nas sondagens. Os seus apoiantes queixam-se por o país ser descrito como uma nação que caminha para um Estado islâmico apenas por algumas mulheres exigirem a liberdade de usar o véu islâmico. O Partido Republicano, CHP, de centro-esquerda, acusa o partido no poder de querer islamizar o país além de ter provocado a violência curda ao dar a abertura exigida por Bruxelas. A terceira força em jogo é nacionalista, o MHP, que precisa de 10 por cento para chegar ao Parlamento. Depois, então, pensará na possível aliança com o centro-esquerda para fazer frente ao AKP de Tayyip Erdoğan.

18 julho 2007

Erdoğan ou ganha ou sai da política



O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, prometeu ontem que "sai da política" se o partido a que pertence (AKP) não obtiver os votos necessários para governar sozinho depois das legislativas de Domingo. "Se não pudermos governar sozinhos, vou retirar-me da política", declarou Erdoğan quando discursava para uma multidão de apoiantes do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) em Isparta.
Erdoğan também apelou aos líderes dos dois partidos da oposição, os seus maiores rivais nas eleições, para fazerem o mesmo se os respectivos partidos não conseguirem formar governos sem coligações. "Vá, façam a mesma coisa. Abram caminho aos que vos seguem. Sejam audazes", afirmou Erdoğan.

Os dois maiores partidos da oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata) e o Partido da Acção Nacionalista (MHP, nacionalista), são liderados respectivamente por Deniz Baykal e Devlet Bahceli.
O AKP, liderado por Erdoğan e que sucede ao movimento islamita, é dado como favorito. Segundo as últimas sondagens, o AKP deverá obter 40% dos votos, mas não deverão traduzir-se numa maioria absoluta no Parlamento (550 lugares) devido ao sistema eleitoral turco. O CHP deverá obter entre 20 e 25% e o MHP, que ficou abaixo dos 10% dos votos necessários à escala nacional para se fazer representar na Assembleia nas últimas eleições, poderá obter entre 10 e 15%.

Nas últimas legislativas de 2002 apenas dois partidos ultrapassaram a barreira dos 10% dos votos, designadamente o AKP que obteve 34% e o CHP 10% dos votos.

17 julho 2007

Candidato independente morto a tiro

Um candidato independente às eleições parlamentares na Turquia foi assassinado a tiro em Istambul, a poucos dias do escrutínio de 22 de Julho.
Tuncay Seyranlıoğlu, de 42 anos, foi atingido quando se deslocava de carro depois de ter participado num programa de televisão.
A polícia já deteve os responsáveis pela morte do candidato, que fugiram num automóvel preto.
Tuncay Seyranlıoglu era proprietário de um salão de festas de casamentos, de uma empresa de construção civil e de um pequeno jornal, o "Tamgun", em Istambul. Presidiu, durante vários anos, ao clube de futebol da segunda divisão Alibeykoy Sports Club.
Seyranlıoğlu, alegadamente devia dinheiro aos suspeitos e já tinha sido acusado de fraude.
Outras três pessoas que seguiam no carro do candidato ficaram feridas no ataque e receberam tratamento hospitalar.

10 julho 2007

Conferência: Relações entre a Turquia e a Europa numa perspectiva histórica


No dia 2 de Julho de 2007, pelas 18 horas, teve lugar no Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD), uma conferência sobre as “Relações entre a Turquia e a Europa numa perspectiva histórica” proferida por İlber Ortaylı, director do museu Topkapı de Istambul.
Esta conferência foi promovida pelo Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), em parceria com o Centro de Informação Europeia Jacques Delors.
Kaya Türkmen, Embaixador da Turquia em Portugal, esteve presente nesta iniciativa.

A abertura da sessão foi feita por Margarida Cardoso, Administradora do CIEJD, com palavras de boas vindas e agradecimentos aos participantes, que contextualizou o evento no 2º dia da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
Carlos Gaspar, Director do IPRI, começou por fazer uma breve exposição sobre o novo número (14) da revista Relações Internacionais R:I. Esta edição é dedicada a vários aspectos da realidade europeia e divide-se em dois títulos chave: Europa: desafios e políticas e A agenda externa da UE. A Turquia é um dos temas tratados nos seus artigos de investigação: As negociações em curso com a Turquia e o apoio dos EUA às pretensões europeias da Turquia.

İlber Ortaylı, um perito na história da Turquia

A apresentação de İlber Ortaylı foi feita por Manuela Franco, IPRI-UNL: İlber Ortaylı é professor de História na Universidade Galatasaray em Istambul e na Universidade Bilkent de Ancara. É director, desde 2004, do Museu Topkapı, em Istambul. Após ter feito um doutoramento em 1978, continuou um percurso académico intenso. Publicou artigos sobre o Império Otomano e sobre a Rússia, dando particular ênfase à administração pública, diplomática, cultural e intelectual numa perspectiva histórica. Em 2001, ganhou o prémio Aydın Doğan. İlber Ortaylı fala cerca de 12 línguas, entre as quais o Árabe, o Italiano, o Grego, o Russo e o Croata. O professor é sobretudo um perito na história da Turquia.

Ideias-chave da conferência:
Perspectiva histórica da Turquia

No final da Primeira Guerra Mundial, as potências aliadas derrotaram as potências centrais na Europa e as forças otomanas no Médio Oriente. Nos anos seguintes, diversos novos Estados independentes emergiram a partir do território otomano, cuja parte central se tornou a República da Turquia (1923).
Mustafa Kemal Atatürk, líder da Guerra da Independência Turca, foi o primeiro presidente da nova República. No espaço de 10 anos, separou o Estado da Igreja, apostou na constituição de um Parlamento representativo, unificou o ensino, tornando-o gratuito e obrigatório, e trouxe a Turquia para o mundo ocidental. Ancara foi a cidade escolhida para capital da nova República.
A Turquia manteve uma política de neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial. Assinou um pacto de não-agressão com a Alemanha em 1941, mas acabou por declarar-lhe guerra em Fevereiro de 1945, condição necessária para participar na Conferência de São Francisco que viria a estabelecer a ONU. Assina acordos de cooperação militar e económica com os Estados Unidos em 1947-1948. Em 1949 integrou o Conselho da Europa e três anos depois tornou-se membro da NATO.
Em termos geográficos, a Turquia faz parte da Europa, situando-se na fronteira entre a Europa e a Ásia.

A Turquia e a União Europeia

A Turquia solicitou, em 1959, o estatuto de membro associado da então Comunidade Económica Europeia (CEE). Em 1973, o Acordo de Ancara (1963) e os respectivos protocolos adicionais permitem à Turquia poder integrar a União Aduaneira. Em 1978/79 a Comunidade sugere que a Turquia se candidate à adesão conjuntamente com a Grécia, sugestão esta declinada.
Na sequência do golpe de estado de Setembro 1980, as relações CEE-Turquia são congeladas. Em 1987 e, no decorrer do Conselho Associação Turquia-CEE de 1986, a Turquia candidata-se à adesão à CEE. Volvidos 2 anos, em 1989, a Comissão Europeia reconhece a elegibilidade da Turquia para membro da UE mas questiona a avaliação da candidatura.

Critérios de adesão

O acordo sobre a União Aduaneira concluído pelo Conselho de Associação Turquia-UE, entra em vigor a 1 de Janeiro de 1996. A candidatura turca ganha novo vigor e em 1999 foi-lhe atribuído o estatuto de candidato.
O Conselho de Ministros adopta a parceria de adesão UE-Turquia em 2001. Sequencialmente, o Governo turco adopta um programa nacional para a adopção do acervo legislativo da UE. O Parlamento turco aprova mais de 30 emendas à Constituição de modo a cumprir o critério político de adesão e procede a reformas no sentido de cumprir o critério dos direitos humanos. Em 2004, a Turquia assina um protocolo abolindo a pena de morte em quaisquer circunstâncias.
Dos 35 capítulos para a adesão que a Turquia começou a negociar em Outubro de 2005, um primeiro foi fechado em Junho de 2006, um segundo aberto em Março passado mas, de um conjunto de outros três, a abrir no passado dia 25, o referente à Política Económica e Monetária foi vetado pela França.

Desafios hoje

O professor İlber Ortaylı é da opinião que “hoje a Turquia tem uma consciência da Europa, da civilização europeia. Todos temos as mesmas referências, gostamos todos da mesma música e partilhamos os mesmos objectivos. (…) Torna-se impossível conceber a Europa sem a Turquia. Assim como é inconcebível pensar a Europa sem a Rússia.”
A decisão histórica da União Europeia de iniciar negociações com vista à adesão da Turquia em Outubro de 2005 vem relembrar que a identidade da Europa é fruto simultaneamente dos seus valores fundadores - paz, democracia, direitos humanos -, e dos seus princípios básicos de “unidade na diversidade” e de inclusão. Os tempos que agora se avizinham trazem desafios consideráveis tanto para a Turquia como para a União Europeia.

(Fonte: Eurocid)

07 julho 2007

A presidência portuguesa da UE e a Turquia

A liderança política de Portugal foi, desde sempre, favorável à integração da Turquia na União Europeia. Recentemente, o primeiro-ministro José Sócrates confirmou ao seu homólogo, Recep Tayyip Erdoğan, que "envidará todos os esforços para acelerar o processo". Por outro lado, a França já advertiu o presidente da Comissão Europeia, para que "as negociações com a Turquia se restrinjam, por enquanto, aos sectores de carácter técnico, e não nos capítulos de importância política ou de conteúdo económico". O responsável turco pelas negociações de adesão, Ali Babacan, manifestou decepção, mas também a esperança de que "haverá progresso durante a presidência portuguesa". Já o secretário de Estado adjunto e dos Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes, declarou que "as consultas devem prosseguir sempre baseadas nos critérios". Entretanto, rejeitou o ponto de vista de Sarkozy para o estabelecimento de "relações especiais" da UE com a Turquia, em vez da integração do país na União Europeia.

Jovem alemão acusado de abusos sexuais continua em prisão preventiva na Turquia

Um tribunal turco decidiu ontem manter Marco Weiss em prisão preventiva. O jovem de 17 anos foi preso no dia 11 de Abril supostamente por ter abusado sexualmente de uma jovem de 13 anos de nacionalidade inglesa. Ambos afirmam ter-se tratado apenas de um "flirt" depois de se terem conhecido numa discoteca de Antália, mas a mãe da jovem decidiu apresentar queixa junto das autoridades turcas por abusos sexuais. A Alemanha já tentou a extradição do jovem para ser julgado pelo mesmo crime, mas a justiça turca rejeitou o pedido, o que tornou ainda mais tensas as relações diplomáticas entre Berlim e Ancara. Apesar de tudo, o pai de Marco diz que o filho está bem, é corajoso e não se queixa. Uma peritagem publicada na imprensa alemã, na semana passada, dá conta de que os dois adolescentes tiveram contactos sexuais, mas não houve penetração. Marco defende-se afirmando que Charlotte afirmou ter 15 anos e que tudo o que fez, fê-lo com o consentimento da jovem. A próxima audiência está marcada para o dia oito de Agosto. Marco incorre numa pena que pode ir até aos oito anos de prisão.

Tribunal Constitucional abre caminho para eleição presidencial por sufrágio universal


O Tribunal Constitucional turco rejeitou hoje um apelo do Chefe de Estado para anular, por alegada inconstitucionalidade, o sufrágio universal nas presidenciais defendido pelo partido no poder, abrindo assim as portas a um referendo.
O apelo de Ahmet Necdet Sezer, secundado pelo Partido Republicano do Povo (CHP), o principal da oposição, foi rejeitado pelos seis juízes do colectivo, anunciou o vice-presidente Hashim Kaliç, segundo o qual "não há nada de inconstitucional" na reforma proposta pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder).
Assim, Sezer tem agora um prazo de 120 dias para apresentar um referendo nacional à eleição do seu sucessor por sufrágio universal, directo e secreto, quando até agora era feita pelo Parlamento.
Esta medida do AKP, visou contrariar a situação criada em Abril no Parlamento que, por duas vezes consecutivas, devido a falta de quórum (dois terços), "chumbou" o candidato presidencial do partido no poder, Abdullah Gül (ministro dos Negócios Estrangeiros).
O pacote das reformas defendidas pelo AKP compreende ainda a substituição de um único mandato presidencial de sete anos por um mandato renovável de cinco anos, e a realização de legislativas cada quatro anos, em vez de cinco.
O presidente do Parlamento turco, Bulent Arınç (AKP), saudou a decisão do Tribunal Constitucional.
Sezer, que terminou o mandato a 16 de Maio, está desde então interinamente no cargo.

06 julho 2007

Tribunal Constitucional aprovou o pacote de reformas

Numa decisão surpreendente, o Tribunal Constitucional da Turquia aprovou ontem, por seis votos contra cinco, um polémico pacote de reformas constitucionais, abrindo caminho para eleições presidenciais directas.
As reformas foram propostas pelo partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no Governo).
Esta decisão representa uma derrota para o atual presidente e para o principal partido de oposição (CHP). Ambos tinham solicitado ao Tribunal a anulação das reformas, alegando que foram adoptadas à pressa e que ameaçam a estabilidade do país.
O Partido AKP tinha proposto eleições directas para a presidência, na tentativa de pôr fim ao impasse iniciado no final de Abril, quando o seu candidato, Abdullah Gül, não foi eleito presidente pelo Parlamento. Nessa altura, a oposição boicotou a eleição de Gül, um islamita moderado, defendo que ele era uma ameaça ao regime secular da Turquia. O Tribunal Constitucional decidiu nessa altura anular as eleições presidenciais por falta de quórum. O partido AKP, apresentou então um pacote de reformas que foi aprovado pelo Parlamento e vetado pelo presidente da República.
A decisão desta quinta-feira, a favor do governo, é o mais recente episódio de uma batalha que se desenrola na Turquia, entre a tradição secular e o Partido AKP, pelo controle da presidência.
Agora, o próximo passo deverá ser um referendo, provavelmente em Novembro, no qual os eleitores turcos irão decidir se querem ou não escolher o presidente da República por voto directo.
Antes disso, no entanto, serão realizadas eleições parlamentares, marcadas para o dia 22 deste mês.

Turquia é um dos pontos de divisão entre Sócrates e Sarkozy

In Diário de Notícias


José Sócrates, actualmente na presidência da União Europeia, é adepto da adesão da Turquia, tendo mesmo convidado, no ano passado, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, a visitar Portugal. Sarkozy, cujo país recentemente bloqueou, de forma simbólica, a abertura de um capítulo das negociações de adesão com a Turquia, é contra a entrada no clube europeu daquele país de maioria muçulmana. E pretende exigir o lançamento de um debate sobre o limite geográfico das fronteiras da UE.

No final deste ano, a Comissão Europeia vai apresentar um novo relatório sobre a evolução da situação na Turquia, devendo depois fazer uma recomendação sobre o caminho a seguir, em concertação com os Estados membros. A França, de qualquer maneira, vai referendar a entrada da Turquia no clube dos 27. A ideia não é de Sarkozy, foi herdada do anterior presidente francês, Jacques Chirac, mas serve os seus propósitos.

05 julho 2007

Baykal diz que o seu partido vai surpreender o povo e vai vencer as eleições

Segundo o líder do maior partido da oposição (Partido Republicano do Povo - CHP), Deniz Baykal, "houve sempre uma surpresa nas eleições gerais na Turquia" e "existe um pulsar novo na Turquia". Estas foram algumas das frases proferidas durante um comício na cidade de Malatya, no leste da Turquia.
"Nestas eleições também vai haver uma surpresa", disse. "Nós vamos surpreeender o povo e o CHP vai obter maioria no Parlamento.” Baykal defendeu que o seu partido vai acabar com os impostos especiais sobre os combustíveis e com os exames de acesso às universidades. Criticou o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdoğan e os negócios do seu genro no norte do Iraque, que receberam ampla cobertura nos media turcos. Defendeu ainda que vai haver um consenso relativamente à eleição do próximo presidente, negando a possibilidade de nova crise por falta de quórum parlamentar.

04 julho 2007

Libertados quatro dos indiciados no assassínio de Hrant Dink

Depois da primeira sessão do julgamento do assassínio do jornalista turco-arménio Hrant Dink, foram libertados quatro dos indiciados no crime.
O tribunal decidiu a libertação de Salih Hacisalihoğlu, Osman Altay, Irfan Ozkan e Veysel Toprak, por inexistência de provas.

03 julho 2007

Massoud Barzani: "Intervenção militar no Curdistão iraquiano levará a uma guerra devastadora na região"


In Euronews

Um ataque contra os curdos no Iraque seria uma "catástrofe" e levaria a uma "guerra devastadora na região". O aviso de Massoud Barzani, líder do partido democrático do Curdistão, segue-se à ameaça de Ancara de lançar uma operação militar no Iraque contra os rebeldes curdos. A Turquia, como os Estados Unidos, considera o PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, uma organização terrorista.

Euronews: Existe, no Curdistão, receio de uma intervenção turca nos assuntos iraquianos? Barzani: Ouvimos de tempos a tempos ameaças turcas, mas nós pensamos que a melhor solução é o diálogo.
Euronews: Uma eventual intervenção vai ser um problema acrescido nas actuais divisões no Iraque?
Barzani: Evidentemente, uma intervenção militar turca no Iraque será uma catástrofe para toda a região, para a Turquia, para o Iraque e para todos os outros países.
Euronews: Como seria essa catástrofe?
Barzani: Será o despoletar de uma guerra devastadora para a toda região.
Euronews: Que atingirá outros países?
Barzani: Pode propagar-se a outros países.
Euronews: Em países com população curda ou para além destes?
Barzani: Haverá uma forte reacção da parte dos iraquianos e sobretudo no Curdistão.
Euronews: Os curdos estão mais preocupados que os outros povos ou a preocupação é sentida em todo o Iraque?
Barzani: Todo o Iraque está preocupado porque isto significa uma violação da soberania do país.
EuroNews: Como vê a possível adesão da Turquia à União Europeia?
Barzani: Espero que a Turquia adira à União nas mesmas condições que os Europeus.
EuroNews: Condições europeias, porquê?
Barzani: Porque isso ajudará a propagação da realidade democrática na Turquia.

Pode ler a entrevista na íntegra aqui.

02 julho 2007

Um dos acusados do assasínio de Hrant Dink acusou a polícia turca

"Sim, foi a polícia que nos comandou, porque o Estado não nos defende", declarou um dos acusados no julgamento que começou hoje em Istambul.
Trata-se do julgamento do assassínio de Hrant Dink, o jornalista turco de origem arménia que morreu no passado mês de Janeiro, em resultado dos disparos de um jovem ultranacionalista, após ter publicado um artigo no qual exigia ao governo de Ancara o reconhecimento do genocídio arménio.
"As nossas suspeitas confirmaram-se. Estamos perante uma situação semelhante ao caso Semdinli", disse a advogada da família Dink. Temos de acabar com o controlo da justiça", acrescentou.
No total, são 18 os acusados do assassínio de Hrant Dink, o director do jornal Agos, um semanário crítico do governo turco e sobretudo da poderosa instituição militar. A maior parte dos acusados são adolescentes. Embora não existam provas, muitos acreditam que estes não terão agido sozinhos, mas instruídos pelas forças de segurança.
Centenas de Turcos manifestaram-se hoje à porta do tribunal reclamando transparência. Este processo está longe de se tratar de um simples julgamento de um assassínio, e constitui uma prova crucial para avaliar a independência do sistema judicial turco.

Começou o julgamento do assassínio de Hrant Dink

Teve início aquele que deverá ser o julgamento do ano na Turquia. No banco dos réus está Oğun Samast, o assassino do jornalista de origem arménia Hrant Dink.
Trata-se de um verdadeiro teste às bases democráticas do país, tal como foram instituídas por Kemal Atatürk, o pai da Turquia moderna.
Fethiye Çetin, a advogada da família de Hrant Dink, teme que o julgamento não decorra de forma justa, pois afirma tratar-se de "um problema do aparelho judiciário turco". O que aconteceu durante a investigação é um sinal claro" desta falta de transparência", acrescenta. Çetin conclui que "é preciso acabar com todo o controlo sobre o sistema legal, já que esse é o seu maior problema".
Detestado pelos nacionalistas turcos, Dink foi assassinado à entrada da sede do jornal Agos, em Istambul, no dia 19 de Janeiro. Hrant Dink, director de redacção do semanário, teimava em dizer que o massacre levado a cabo pelo império otomano contra civis arménios em 1915, foi um genocídio. Consideração que lhe valeu uma condenação, em 2005, por insulto à identidade turca.
A justiça que hoje julga o jovem de 17 anos originário de Trabzon, que o matou, e mais 17 suspeitos é a mesma que o condenou há dois anos. O assassínio de Dink provocou, no entanto, uma verdadeira onda de manifestações contra os meios ultranacionalistas. Só no seu funeral estiveram presentes 100 mil turcos. Esta manhã perto de mil pessoas manifestaram-se à frente do tribunal, em Istambul, por um julgamento justo.

(Fonte: Euronews)

Embaixador da Turquia em Portugal tem "plena confiança" na presidência portuguesa da UE

Em declarações à agência Lusa, o embaixador da Turquia em Lisboa apelou ao governo português para fazer "regressar ao bom caminho" o processo negocial para a adesão do seu país, e sublinhou a "plena confiança" na próxima presidência da União Europeia (UE). "Gostaríamos que o processo avançasse ao mesmo ritmo a que vão sendo cumpridas as exigências comunitárias por parte da Turquia, sem interferência de considerações de natureza política por parte dos 27", acentuou Kaya Türkmen, garantindo que as autoridades do seu país "têm feito o trabalho de casa" para pleno cumprimento do "acquis" comunitário até 2013, segundo um calendário estabelecido em Abril.
Insistindo na necessidade de "encarrilar" o processo turco, Kaya Türkmen saudou a posição assumida quinta-feira na capital belga pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus português, Manuel Lobo Antunes, segundo o qual "as negociações têm como única meta a adesão" da Turquia.

01 julho 2007

Sócrates quer manter as negociações com a Turquia


O presidente do Conselho da União Europeia a partir de Domingo, o primeiro-ministro português, José Sócrates, disse ontem que pretende manter as negociações com a Turquia, apesar da oposição da França.
"Temos, em primeiro lugar, de ser fiéis ao que nos comprometemos", disse José Sócrates, na véspera de assumir a presidência da UE, durante um encontro com a imprensa estrangeira em Portugal.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, está contra a adesão da Turquia à UE e apelou ao lançamento de um debate sobre as fronteiras do bloco europeu.
Dos 35 capítulos para a adesão que a Turquia começou a negociar em Outubro de 2005, um primeiro foi fechado em Junho de 2006, um segundo aberto em Março passado mas, de um conjunto de outros três, a abrir no passado dia 25, o referente à Política Económica e Monetária foi vetado pela França.