04 maio 2007

Frase polémica de Erdoğan sob investigação criminal


Foi aberta hoje, por decisão do Ministério Público, uma investigação criminal contra o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, pela frase que proferiu na quarta-feira quando se referia à decisão do Tribunal Constitucional classificando-a de "um tiro contra a democracia."
O procurador de Ancara, Hikmet Önen, deu início à investigação criminal após exame da denúncia de um advogado. A denúncia acusa o primeiro-ministro de insultar a Justiça turca e instigar no povo sentimentos de ódio e vingança. A presidente do Tribunal Constitucional, Tülay Tuğcu, tinha definido a frase de Erdoğan como "irresponsável e capaz de indicar alvos" a grupos inclinados à violência.
O jurista queixoso considera que Erdogan, no discurso que proferiu, "intimidou e criou o pânico na população", "incitou abertamente ao crime" e à "desobediência civil", "abusou do poder" e "desrespeitou a justiça", segundo a cadeia televisiva CNN-Turk.
O Ministério Público, no âmbito do inquérito preliminar, deverá apurar se há matéria para instruir um processo, com o que teria de pedir ao parlamento o levantamento da imunidade do primeiro-ministro.
Depois de pronunciar a frase polémica, Erdoğan tentou amenizá-la dizendo que não se referia à decisão do tribunal, mas à acção do presidente do maior partido da oposição, Deniz Baykal.
Entretanto, Erdoğan esteve reunido hoje no palácio Dolmabahçe, em Istambul, com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas para esclarecer o secularismo do governo.
Mehmet Akif Beki, porta-voz de Erdoğan, revelou que o encontro, do qual não foi distribuído qualquer comunicado final, durou duas horas.

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