02 maio 2007

Candidato presidencial defende sufrágio universal


Abdullah Gül, o candidato presidencial do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), o partido do governo, reagiu ontem à noite em entrevista a uma cadeia de televisão turca à anulação pelo Tribunal Constitucional da primeira volta das eleições presidenciais, realizada na passada sexta-feira.
"A decisão do Tribunal não é uma surpresa para mim, eu respeito-a. Para mim, a surpresa foi a declaração do exército", afirmou, aludindo ao aviso dos militares de que defenderão até às últimas consequências a laicidade do Estado.
A decisão do Tribunal Constitucional turco surgiu após um recurso apresentado pelo Partido Republicano Popular (CHP), o maior partido da oposição, a questionar a legalidade da primeira volta das eleições presidenciais por falta de quórum. Esta foi a primeira intervenção do Tribunal Constitucional num processo eleitoral na Turquia.
Entre a primeira volta das eleições e o veredicto do Tribunal Constitucional, apresentado ontem, o exército emitiu um sério aviso declarando-se "veemente defensor do secularismo", e uma gigantesca multidão de cerca de 1 milhão de pessoas manifestou-se em Istambul contra a eleição de Gül, acusado de pôr em causa a laicidade do país.
"Uma sombra abateu-se sobre a Turquia e não devemos deixar que se agrave. Devemos chegar imediatamente a um acordo para que a população eleja directamente o presidente", defendeu Gül.

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